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domingo, 26 de outubro de 2008




“PARTEIRAS MAIS RECENTES DA HISTÓRIA DE ITATIAIA” – Carlos Lima

Muito antes de conhecermos a Medicina Tradicional, as parteiras eram as únicas responsáveis a auxiliarem que crianças viessem à luz da vida, principalmente nos vilarejos e cidades do interior do Brasil.
Elas eram mulheres destemidas e revolucionárias ao mesmo tempo, em um misto de sensibilidade religiosa e ao mesmo tempo altruísta, e sempre prontas a qualquer situação difícil que o parto pudesse apresentar.
Somente no século XIX surgiu a Obstetrícia e era uma função exercida somente pelas mulheres que detinham uma sabedoria milenar, que hoje está se apagando. Essas mulheres guardavam segredos de saúde, muitas vezes confundido com ocultismo, umbanda ou bruxaria, pela pajelança que muitas vezes adornava esse ritual de nascimento de uma nova vida.
Conforme o relato do cronista Fernão Cardim, que passou por nossa terras lá pelo século XVII, as mulheres indígenas parindo, e parem no chão, não levantavam a criança, e sim pai ou alguma pessoa que tomam por seu compadre. O pai cortava-lhe a vide com os dentes ou com duas pedras e logo se punha a jejuar até que o umbigo da criança caísse. A mãe ia sozinha para o rio ou lagoa mais próxima, aonde se lavava várias vezes. Voltava para casa e encontrava o marido na rede, como se ele estivesse parido. Assim continuava a fazer os ofícios domésticos como se nada tivesse acontecido. Esta independência do parto indígena hoje é valorizada nas técnicas de cócoras e parto no escuro. Aos portugueses cabe uma contribuição muito especial, as superstições, que ainda hoje arrematam a maioria dos tabus acerca da gravidez e do parto. Estas superstições, tinham a função de garantir que o bebê nascesse sadio e em tranqüilidade. A corrente se perpetua até hoje através de algumas parteiras, que promovem as seguintes sabedorias, ou superstições... Veja se você reconhece alguma: Sobre a Gravidez...• A mulher grávida não deve colocar um objeto sobre o seio, que o filho o trará impresso na carne. Se for chave causa lábio leporino, se for medalha, terá uma pinta escura.• Se a mãe olhar uma eclipse lunar, o filho nascerá com uma meia lua no corpo. Se olhar bichos mortos, o filho terá problemas estéticos, nascera torto ou aleijado.• Não deve atravessar água corrente se não perde o neném. • Se pisar numa cobra esta morrerá.• Se tomar um susto, o marido deve lavar imediatamente o rosto e dar a mulher de bebê, para um nascimento sadio.• Quem prometer objeto à mulher grávida e não cumprir a promessa vai ficar com o rosto cheio de espinha.• Se a grávida brincar com animais de pêlo, o filho será cabeludo.Sobre o parto....• As meninas que nascerem de bruços serão estéreis.Para a mulher não ter mais filho, depois do parto, tocar com a mão direita no altar ou por o nome do último filho de Geraldo.• Depois do parto não pode olhar para escamas de peixe, senão a placenta não sairá.• Mulheres de boca grande parem depressa.• Mulher de mãos finas e perna grossa tem o parto difícil.• Quadril estreito o parto é horroroso.• Para facilitar na hora, deve –se dar para as mulheres uma beberagem feita de pimenta, sal, alho e água.• E por fim, na roça, o marido deve montar a cavalo e sair em retas, mas deixar o seu chapéu na cabeça da mulher que está parindo, para que o sucesso seja total.
As africanas fizeram um mistura de tudo, das novas técnicas introduzidas pelos portugueses, com a independência das índias e os famosos ungüentos feitos da natureza, que eram de origem africana e árabe. Consideradas a origem das melhores parteiras do Brasil, traziam segurança às parturientes que nelas viam a encarnação dos espíritos da natureza. Uma característica destas parteiras é que tudo vem com uma receita, e receita gostosa, não o caldo de pimenta e a reclusão promovida pela cultura portuguesa. Por exemplo, para o bom parto é uma canja de galinha arrepiada, “abre as carnes” e facilita a saída do bebê. O cordão umbilical da criança deve ser enterrado em casa, para que ele ame sempre a família. Para se ter muito leite, canjiquinha na mãe. A boa comida, o prazer e a entrega à maternidade são uma lição destas parteiras africanas.
Tinha uma coisa bonita, que era típica do Brasil, inclusive das grandes cidades. As igrejas anunciavam o nascimento das crianças com nove baladas, seja a hora que fosse, a vida era celebrada.
Na história recente de Campo Belo à atual Itatiaia dois nomes são merecidamente destacados o da DONA MAGGI e o da Dona Neusinha.
Geralmente a opção de roupa masculina era o vestuário mais cômodo para os trabalhos da profissão não remunerada e mais decente para uma parteira. Julgava que esse aspecto exterior deveria inspirar confiança na parturiente, distinguindo a parteira das demais mulheres. Certamente era também uma necessidade na época, quando as poucas mulheres que se aventuravam a sair à noite sozinha eram tomadas por prostitutas.
Só era possível dar a luz a uma criança em Resende e o transporte era muito precário naquela época.
Não havia maternidades e dar à luz fora de casa, na enfermaria da Santa Casa, era apavorante. O recurso era usado apenas em casos de partos complicados, pois as mortes eram frequentes, pela falta de controle das infecções. Ajudar no parto e dar os primeiros-socorros aos recém-nascidos fazia parte das atribulações do sexo feminino, cujos conhecimentos eram transmitidos de geração para geração. Tanto as senhoras faziam o parto de suas escravas, parentes e vizinhas, como as escravas partejavam as senhoras.
A partir do início do século XIX, os médicos passaram a taxar como ignorantes e a perseguir não só as parteiras, mas todos os práticos que se dedicavam à cura, como sangradores, boticários, dentistas, numa tentativa de uniformizar o saber e evitar a concorrência. Para poder exercer essas atividades, passou-se a exigir diploma, obtido nas duas únicas faculdades de medicinas existentes no país, a do Rio de Janeiro e a da Bahia, criadas em 1832. No caso das parteiras, a formação deveria ser obtida no Curso de Partos, anexo à Clínica Obstétrica (então nomeada Cadeira de Partos, Mulheres Pejadas e Recém-Nascidos).
Os médicos eram responsáveis pelo regulamento e ensino, o que reforçava a posição de autoridade em relação às parteiras e legitimava normas de conduta segundo os preceitos por eles estabelecidos. Porém, eles ainda tinham muita dificuldade em ter acesso ao quarto das parturientes: só eram chamados em partos difíceis, quando era necessária alguma operação.
O número de parteiras formadas no Brasil, no século XIX, foi pequeno. Para a inscrição, exigia - se que as alunas fossem alfabetizadas e soubessem francês. A maioria das parteiras continuou a exercer a função sem diploma. Boa parte das parteiras diplomadas vinha de outros países. Muitas, além de fazerem o parto no domicílio das parturientes, recebiam clientes em casa. Aí eram atendidas em geral escravas, negras livres, e mulheres que por alguma razão estavam impedidas de dar à luz em suas próprias casas, como por exemplo, as provenientes do interior, as mães-solteiras e as viúvas. Esses estabelecimentos não possuíam boa fama, pois havia rumores de que também faziam abortos.
D. Maggi realizou mais de 2 mil partos em quase sessenta anos de atividade profissional. Em Itatiaia, não foi a única parteira a ter uma carreira tão longa.
D. Neusinha também foi uma parteira muito conceituada. Muito inteligente. Era auxiliar de enfermagem formada. Atendia pelo Posto de Saúde daqui pela Prefeitura Municipal de Resende(na época que aqui ainda era o 4º Distrito de Resende).
D. Neusinha ficou conhecida em todo o país quando inscreveu-se em um Reality Show – “ O Céu é o Limite” na época apresentado pelo apresentador Jota Silvestre, da extinta TV TUPI, na qual defendia as perguntas sobre a vida de Dante Alighieri, perdendo quase no final do programa. Indagada ao sair do programa se desejava um GIPP. Ela não hesitou e respondeu: __ Uma mula. Eu quero uma mula para realizar meus partos. Em Itatiaia, há lugares de difícil acesso e para ajudar as parturiantes, não existe transporte melhor que esse. E foi aplaudida e ovacionada por todos.
Com o passar dos anos, D. Neusinha se empenhava na função e era cada vez mais reconhecida. Sabia a aplicação do fórceps, a versão, a embriotomia, a “encerebração”. Sabia cuidar de parturiente com eclampsia e hemorrargia, complicações muitas vezes fatais, e como reanimar o feto, restabelecendo a respiração. Era mais bem preparada por ter um conhecimento médico, o que não tornava D. Maggi menos preparada, porque também tinha bons conhecimentos.
Ambas morreram pobres materialmente, porém a riqueza histórica de vida não poderá nunca cair no esquecimento.
Cabe aqui um aparte: D. Neusinha foi a minha parteira e quem auxiliou na escolha da minha família adotiva aos 30 dias de nascido.
Bibliografia do autor


1)Várzea, Mariana – Museóloga – Blog o.vento.me.disse 5 de abril de 2008
2) Fontes populares do AUTOR – pesquisa com moradores antigos de Itatiaia
3) Mott, Maria Lúcia - doutora em História pela Universidade de São Paulo e pesquisadora do Núcleo de Memória da Saúde do Instituto de Saúde da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Expedicionários Itatiaienses da FEB - ACIDHIS - Revista Comemorativa 2005

EXPEDICIONÁRIOS ITATIAIENSES DA FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA - HOMENAGEM NOS 60 ANOS DO DIA VITÒRIA EM 2005 POR SUAS CONTRIBUIÇÕES EM DEFESA DA DEMOCRACIA E DA LIBERDADE MUNDIAL
Integraram a FEB os seguintes itatiaienses, em cuja memória foi erigido monumento existente na Avenida dos Expedicionários: Grunvald Carvalho, Iodarcil Ferreira, Carlos de Freitas, João Pantaleão Nunes, Enesir Gonçalves, Alberto Pereira e José Lopes.
Para estes bravos itatiaienses confirmou-se este trecho de sua canção
Por mais terras que eu percorra.
Não permita Deus que em morra,
sem que eu volte para lá.( para Itatiaia)
E que eu leve por divisa.
Este V que simboliza,
A vitória que virá !
A nossa vitoria final !

Objetos Históricos farão parte da Composição do Memorial do Café















Aqui estão postados alguns dos inúmeros objetos que fazem parte do Acervo Particular de D. Alda Bernardes de Faria e Silva a serem doados para a implantação do Memorial do Café em Itatiaia para o próximo ano(2009).

MEMORIAL DO CAFÉ - Carlos Lima

Memorial do Café - por Carlos Lima

A professora e fisioterapeuta D. Alda Bernardes de Faria e Silva, vem há pelo menos 60 anos de sua vida, coletando dados sobre a história local de Itatiaia. Hoje ela possui o maior acervo histórico-cultural da cidade. Seu currículo dispensa qualquer comentário, mais de 50 títulos entre os nacionais e os internacionais, sempre levando o nome de Itatiaia onde quer que esteja. Esta Itatiaiense nascida nos idos de 1925, é a senhora imponente da história e da cultura, merecedora de todo o nosso respeito e consideração. O sonho da implantação do Memorial do Café, na antiga propriedade do ilustre Reynaldo Maia Souto, foi por conta do Decreto n.º 1633, de 10 de abril de 2008, na qual a Prefeitura Municipal de Itatiaia declara Utilidade Pública, para efeito de desapropriação, do imóvel com 1.168, 50 metros quadrados. D. Alda Bernardes de Faria e Silva, aguarda que o processo seja concluído para a realização do projeto que é o de implantar aqui um local de referência não só para os moradores daqui, como também para os veranistas.
Veja a foto de alguns dos muitos objetos do século XIX.

NÚCLEO COLONIAL DO ITATIAIA

Em 30 de abril de 1908 o governo do Estado do Rio, representando a União, entra em contato com o Comendador Henrique Irineu de Souza – filho e herdeiro do Visconde de Mauá – para adquirir as fazendas localizadas no maciço de Itatiaia. Em 04 de Junho de 1908 foi lavrada a escritura de compra pelo Governo Federal de 48.000 hectares de terra com benfeitorias, distribuídas em 7 fazendas, por 130 contos de réis, para instalação de núcleos coloniais. Em dezembro de 1908 chegam os primeiros colonos. Instalam-se os Núcleos Coloniais Itatiaya e o Núcleo Colonial Visconde de Mauá. Os lotes são vendidos aos colonos pelo Governo Federal, assumindo o mesmo, de dezembro de 1908 a maio de 1916, todas as responsabilidades com o empreendimento. Pelo decreto n.º 12.083 de 31 de maio de 1916, o Governo Federal emancipa o Núcleo Colonial Itatiaya, no Estado do Rio de Janeiro.
A emancipação era fato previsto pelo Estado na vida da colônia. Significava a autonomia da mesma. O governo suspendia seu apoio. A partir desse fato foram permitidas as vendas dos lotes coloniais a qualquer elemento interessado na sua compra. Data portanto de 1916 o início da compra por fazendeiros da região, e outros, de lotes de colonos “estrangeiros” e de “colonos nacionais”, documentados em cartórios do município. Passou-se a receber turistas nas próprias casas. Foram depois construídas as primeiras pousadas. Data de 1924 a aquisição do lote 90 por Josef Simon. Nesse lote construiu, anos após, o Hotel Simon.Robert Donati, comprou o lote 128, nele construiu um hotel, inaugurado em 1931 com o nome Hotel Repouso Itatiaia, hoje Hotel Donati. E assim outros foram construídos, em lotes do Núcleo Colonial Itatyaia, em épocas diversas – Hotel Cabanas de Itatiaia, Núcleo Colonial Itatiaya, em épocas diversas – Hotel Cabanas de Itatiaia, Aldeia dos Pássaros e Hotel do Ypê – retratando as transformações sociais e econômicas ocorridas nesse original povoamento.
(Dados e trechos do livro: Imigrantes em Resende: Visconde de Mauá (1908-1916) MAN de Resende – pesquisa de Alexandre Mendes da Rocha).
Na década de vinte, o que hoje se chama Parque Nacional do Itatiaia chamava-se Núcleo Colonial de Itatiaia. Era um núcleo de colonização alemã e francesa. Um dos colonos chamava-se Leonard Walter, agricultor, que cultivava pereiras e macieiras. Por volta de 1926, Sr. Spanner deu ao Sr. Walter a idéia de estabelecer uma pequena pensão de veraneio. Ele fez então uma cabana de palmito muito rústica. Como madame Walter sofria de uma paralisia reumática, a família Dalgele passou a tomar conta.
Certa noite de 1928, o pequeno Dedé, que até hoje bom ouvido para a música, ouviu um grupo cantando belas canções e perguntou à mãe quem eram. Ela lhe disse que eram finlandeses que procuravam uma terra ideal para estabelecer uma colônia. O grupo era de quatro pessoas: dona Lisa e seu marido Toivo Uuskallio, Toivo Suni e um rapaz de dezesseis anos chamado Franz Hule. Dedé, que já falava o alemão, tornou-se o intérprete deles, que também falavam aquela língua.
Agora, vejam os leitores quantas histórias interessantes aconteceram a partir daí. Primeiro, uma espécie de pré-história da sauna entre nós. Como foi dito, madame Walter sofria de uma paralisia reumática. Pois bem, os finlandeses propuseram aos Walter construir ali uma sauna para trata-la. Proposta aceita, construíram-na, exatamente onde hoje é o Hotel Repouso Itatiaia, antigo Donati e mais antigo Pensão Walter. Eles pegavam a Sra Walter no colo, colocavam-na dentro do quarto quente, dali a retiravam certo tempo depois e a jogavam numa piscina natural represada no rio. Umas duas ou três vezes por semana. Em três meses, madame Walter estava andando. Era a primeira sauna construída no Brasil e inaugurada de forma auspiciosa. Ali, os finlandeses souberam que os beneditinos estariam interessados em vender uma fazenda chamada Penedo, pouco mais abaixo, nas fraldas da mesma serra. O forno da primeira sauna finlandesa foi construído na oficina do Schubert, em Itatiaia. (Frederico de Carvalho)
A imigração de europeus para Itatiaia é um capítulo da história local que não se pode desprezar – mesmo porque parte da população Itatiaiense, hoje, é constituída por descendentes destes imigrantes. Sem contar que eles nos deixaram importante legado cultural, incorporado aos hábitos e costumes locais.
Da segunda metade do século XIX, ao início do século XX, o município recebeu grande leva de imigrantes alemães, suíços, austríacos, italianos, húngaros, franceses, espanhóis, portugueses e até mesmo chineses – que se instalaram em Mauá, Itatiaia e Porto Real.
A criação de Núcleo Coloniais em Resende, pelo Governo Federal, representou um período de transição entre o ciclo do café e a pecuária leiteira, quando tentou-se a manutenção do pouco que ainda restava da lavoura cafeeira, e a ampliação da agricultura, através do plantio de outros produtos, como cereais, frutas e cana-de-açúcar.
Núcleo Colonial Itatiaia – (Vale do Campo Belo) foram criados pelo Governo, em 1908, que os manteve até 1916, quando foram emancipados. Os imigrantes europeus – predominantemente, suíços, alemães e austríacos – foram instalados nas terras da grande fazenda do Visconde do Mauá(Irineu Evangelista de Souza), repartida em 106 lotes rurais e 107 urbanos – estes localizados nas sedes dos núcleos (onde seriam, hoje, a vila de Visconde de Mauá e a sede do Parque Nacional do Itatiaia).
Os imigrantes eram subvencionados pelo governo que pagava a passagem e um auxílio provisório, além de instrumentos e sementes, até conseguirem produzir.
A terra – grande ambição dos colonos - era conseguida através de um pagamento a prestação.
No Núcleo de Visconde de Mauá, o Governo Federal instalou escritório técnico, farmácia, escola, padaria, igreja e carpintaria; comerciantes abriram armazéns.
Mas o funcionamento disto tudo foi sempre muito precário.
À região de Mauá e Itatiaia foi escolhida para a instalação dos Núcleos Coloniais, devido a seu clima e paisagem semelhante aos Alpes, o que facilitaria a adaptação dos imigrantes europeus. Além disso, a região era um território quase que totalmente desocupado, formado por densa floresta, antes habitada apenas pelos índios Puris(e Botocudos) ou eventuais posseiros mineiros.
Nas colônias de Mauá e Itatiaia foram experimentadas plantações de cereais e frutas, semelhantes ao que se cultivava na Europa. Esta produção deveria destinar-se também ao mercado externo – do Rio e de São Paulo.
FRACASSO
O Núcleo Colonial Itatiaia redundaram num grande fracasso. Primeiramente, porque as promessas do Governo foram apenas parcialmente cumpridas; e também devido às péssimas condições da estrada de acesso a Mauá, o que dificultava o escoamento da mercadoria produzida no Núcleo. Para se ter uma idéia, gastavam-se 48 horas, a cavalo, de Mauá a Resende. O fracasso deveu-se, ainda, ao fato de que os imigrantes, em grande parte, não eram agricultores. Além de tudo isso, a produção não encontrou colocação no mercado das grandes cidades, monopolizado pelos importadores.
Com o fracasso dos Núcleos, as terras foram vendidas para os mineiros provenientes do Vale do Rio Grande, que dedicaram-se à criação do gado, iniciando-se, assim, um novo ciclo produtivo, na região: o da pecuária leiteira.
Após a desagregação dos Núcleos poucos colonos permaneceram em Itatiaia, existindo , hoje, apenas algumas famílias descendentes dos imigrantes europeus: os Bühler, Bütner e Frech, em Mauá; e os Daigele, em Itatiaia.
(Fonte consultada: Imigrantes em Resende: Visconde de Mauá, de Alexandre Mendes da Rocha)
Núcleo Colonial do Itatiaia
1909-2008(99 anos)



Por volta de 1889-1890, o Comendador Henrique Irineu de Souza, nasceu no Rio a 24-02-1851, filho do Visconde de Mauá – Irineu Evangelista de Souza, natural de Jaguarão - RS, e de D. Maria Joaquina de Souza Machado, era casado com Jesuína de Azevedo Salles. Instalou em sua fazenda na Serra do Itatiaia o Núcleo Colonial do Itatiaia.
Os colonos italianos se dedicavam ao cultivo de frutas e turbérculos, e viam-se frondejar opulentas macieiras, pereiras, ameixeiras, uvas e pêssegos, frutificando dentro da suavidade do clima do Itatiaia(a cavaleiro da Freguesia de Campo Belo).
Em 1909, Henrique Irineu de Souza expõe no Rio, frutas produzidas no Núcleo.
Entre os belos pomos, figuravam pêssegos brancos e róseos, peras d´água, ameixa de Madagascar, Rainha Cláudia, laranjas tipo baiano, limas marmelos, pinhas frutas do Conde e outras quantas que compravam a uberdade do solo e a adaptação dessas espécies ao clima da região.
O governo federal adquire por 130 contos de réis, as propriedades rurais pertencentes ao Comendador Henrique Irineu de Souza, situadas no Itatiaia, e aí são criados os dois núcleos coloniais, Itatiaia e Mauá para localização de lavradores estrangeiros e nacionais.
Em 1912 chegam ao Núcleo “Itatiaia” as primeiras doze famílias de colonos holandeses. Instala-se oficialmente o Núcleo Colonial “Itatiaia” na serra do mesmo nome. A sede demora a 823 metros sobre mar. Dispõe de 83 lotes rurais com área de 23 hectares, em cada qual estavam localizados 146 colonos franceses, alemães, holandeses, belgas e italianos.

A despesa com a aquisição de terras, construção de casas e caminhos, monta a 307.2999$000.
Em 1912, Rodolfo da Rocha Miranda – Ministro da Agricultura, visita os Núcleos Coloniais. “Itatiaia e Mauá”, situados no Município de Resende, e cujo insucesso prevê, considerando-os impróprios à colonização alemã e francesa.
Frank Brainard, chefe da seção de Pomologia do Ministério da Agricultura, visitou o Núcleo Itatiaia no relato oficial de suas observações afirma, ao titular da “Pasta”.
Benfica é região apropriada à cultura de frutas européias, principalmente; na região além das “Macieiras” foi plantada alfafa da Suíça e da Sibéria; no preparo de solos, ao vez da enxada, deve usar-se o arado; cumpre estabelecer no Itatiaia, uma estação de pomocultura e outra de laticínio; o gado da região está isento de parasitas, não era atacado pelo carrapato, era em geral, grande produtor de leite, e de carnes sadias, engordando oficialmente e não dependendo de grandes cuidados de trato.
A Revista Alemã “Brazilianische Rucdchan” estampou matéria concernente ao Núcleo Itatiaia e clichês das Agulhas Negras e do Lago Azul, belos aspectos panorâmicos da Região das Agulhas Negras.
O presidente da República Marechal Hermes da Fonseca visitou o Núcleo Colonial em plena mata a 2.350 metros de altitude sobre o mar.
Em plena floresta é servido o primeiro repasto, a 1800 metros de altura.
Após 2 dias de permanência na montanha, os itinerantes regressavam a cavalo para Campo Belo.
Em 1913, o Diretor do Núcleo Itatiaia distribuiu a imprensa local, uvas brancas e pretas produzidas no respectivo estabelecimento agrícola.
Cachos de uvas brancas pesavam 2 a 3 quilos e saborosas, rivalizando com os melhores tipos europeus.



Núcleo Colonial “Itatiaia”

1907 – “O Governo Federal entabola negociações para adquirir as propriedades do Comendador Henrique Irineu de Souza, situadas na Serra do Itatiaia, município de Resende e no limítrofe de Aiuruoca-MG.”(1 –pág 141)
“O Governo Federal adquire por 130 contos de réis, as propriedades rurais pertencentes ao Comendador Henrique Irineu de Souza, situadas no Itatiaia, deste Município de Resende e, ai, são criados dois núcleos coloniais para localização de lavradores estrangeiros e nacionais.”(2 – pág 141)
Em 1912, chegam ao núcleo “Itatiaia” as primeiras doze famílias de colonos holandeses.(3 – pág 142)
“Instala-se oficialmente o núcleo colonial “Itatiaya”, na serra do mesmo nome. A sede demora a 823 metros sobre o mar. Dispõe de 83 lotes rurais, com área de 23 hectares, em cada qual estavam localizados 146 colonos franceses, alemães, belgas e italianos. A despesa com aquisição de terras, construção de casas e caminhos, monta a 307:299$000”.(4 – pág.148)
“Rodolfo da Rocha Miranada, Ministro da Agricultura, visita os núcleos coloniais “Itatiaia” e “Mauá”, situados no Município de Resende, e cujo insucesso prevê, considerando-os impróprios à colonização alemã e francesa” (5 – pág 148)
“ Frank Brainard, chefe da Seção de Pomologia do Ministério da Agricultura, visita o Núcleo Itatiaya. No relato oficial de suas observações afirma, ao titular da Pasta. Benfica é a região apropriada à cultura de frutas européias, principalmente, a uva; na região além das Macieiras deve ser plantada a alface da Suíça e da Sibéria; no preparo do solo, ao em vez da enxada, deve usar-se o arado; cumpre estabelecer, no Itatiaia, uma estação de pomocultura e alfafa outra de laticínio; o gado da região está isento de parasitas, não é atacado pelo carrapato, é grande produtor de leite e de carnes sadias, engordando facilmente e não dependendo de grandes cuidados de trato.”
“A revista alemã “Brazilianische Rucdehass”, estampa matéria concernente ao núcleo “Itatiaia” e clichês das Agulhas begras e do Lago Azul, belos aspectos panorâmicos da montanha resendense”. (7 – pág. 152)
“O Presidente da República Marechal Hermes da Fonseca, o Dr. Oliveira Botelho, presidente do Estado, o Cel. Barbedo, chefe da Casa Militar da presidência, o Cap. Ten. Cunha Meneses, ajudante de ordens do Chefe da Nação, o Cel. Filadelfo, comandante da Força Militar do Estado e figuras representativas da sociedade local visitam os núcleos “Mauá” e “Itatiaia” entregando-´se a incursões cenegéticas. Logram abate, em Mauá, uma anta pesando 180 quilos. São infrutiferamente, corridos 2 veados. Os presidentes pernoitaram em um rancho em plena mata a 2.350 metros de altitude sobre o mar. De Mauá seguem a cavalo para Itatiaia, vencida a distância em 7 horas de marcha batida. Em plena floresta é servido o primeiro repasto, a 1.800 metros de altura. Após dois dias de permanência na montanha os itinerantes regressaram a Campo Belo, de cujo termo partem à uma hora da manhã para o Rio”.
“O Diretor do núcleo Itataya distribuiu à imprensa local, uvas brancas, e pretas produzidas no respectivo estabelecimento agrícola. Cachos de uvas brancas pesavam de 2 a 3 quilos e saborosíssimas, rivalizando vantajosamente, com os melhores tipos europeus.” (9 – pág. 155)
“O Governo resolve localizar nos núcleos Itatiaya e Mauá, os indivíduos que, sem trabalho se fazem apreensivo problema, nas ruas do Rio de Janeiro. São assim colocados 530 homens que não se afeiçoando ao serviço de terra, abandonam os núcleos da montanha”. (10 – pág. 162)
“Fixa residência no município localizando-se em propriedade que adquire no núcleo Itatiaya, o Barão Homem de Melo, notável figura de historiador e filósofo, Barão Francisco Ignácio Marcondes. Homem de Melo nasceu em Pindamonhangaba em 01/05/1873, faleceu em 04/01/1918. Foi Presidente de São Paulo e Rio Grande do Sul. Filho de Visconde de Pindamonhagaba, Sr. Francisco Homem de Melo e casado com Maria Joaquina Marcondes Ribas, filha do Capitão Candido Marcondes Ribas e de Ana Rosa.” (11- pág 165)
“ A direção do núcleo Itatiaya expõe, no Rio de Janeiro, frutas produzidas no respectivo estabelecimento, quer por colonos ali localizados, quer por particulares. O mostruário que desperta atenção pública e merece da imprensa lisongeiras referências e grandes cachos de uvas brancas, pêssegos rosados e amarelos, maçãs, pêras, ameixas do Japão, caquis, rainha Cláudia, morango, mamão(muitos destes últimos pesando 2 quilos); limão doce e azedo, banana de diversas qualidades. Causa surpresa um dos cachos com 274 alentados frutos. Um dos expositores, Paulo Armandi, expõe magnífico e saboroso produto, compota de jabuticaba.” (12 – pág 168/169)
“Campos Porto, naturalista do Jardim Botânico publica interessante trabalho A Flora Orquídea da Serra do Itatiaia. Percorrendo, demoradamente, a montanha consegue apurar 1.200 variedades de parasitas, muitas das quais de forma e coloração bizarra. Entre os exemplares há um de rara beleza, ao qual o naturalista denomina “ Cattaley-a Itatiayae” e que parece hidrido natural e difere de todas as espécies catalogadas na Flora Brasiliense.” (13- pág.177)
Bopp Itamar – “Resende” – Cem Anos da Cidade
1848 – 1948

CONCLUSÃO:
O local conhecido como Núcleo Colonial Itatiaya, foi assim denominado pelo Governo, que em 04 de Junho de 1908 comprou do Comendador Henrique Irineu de Souza, filho e herdeiro do Visconde de Mauá, 48.000 hectares de terra com benfeitorias, distribuídas em 7 fazendas, para instalação dos Núcleos Coloniais Itatiaya e Visconde de Mauá. Estes dois Núcleos Coloniais foram os dois únicos núcleos federais organizados no Estado do Rio, dentre vinte e três fundados em todo o país durante a fase de colonização de começos do século XX. Os Núcleos foram divididos em lotes para serem vendidos aos colonos pelo Governo, que passava a responder integralmente por estas colônias. O Núcleo Colonial Itatiaya recebeu predominantemente famílias imigrantes alemãs, suíças e austríacas com o propósito de produzir frutas européias, cereais, tubérculos e criar gado de raças de clima temperado, pois as terras da Serra da Mantiqueira foram equivocadamente avaliadas como área de clima semelhante ao dos Alpes Europeus. Por diversos motivos, o objetivo do Núcleo não foi atingido, e em 31 de maio de 1916 o Governo Federal emancipou o Núcleo Colonial Itatiaya, referendando seu fracasso e inviabilidade. A emancipação era fato previsto pelo Estado na vida da colônia. Significava a autonomia da mesma. O governo suspendia seu apoio. A partir desse fato foram permitidas as vendas dos lotes coloniais a qualquer elemento interessado na sua compra. Data portanto de 1916 o início da compra por fazendeiros da região, e outros, de lotes de colonos “estrangeiros” e de “colonos nacionais” , documentados em cartórios do município. Passou-se a receber turistas nas próprias casas. Foram depois construídas as primeiras pousadas. Datas de 1924 a aquisição do lote 90 por Josef Simon. Nesse lote construiu, anos após, o Hotel Simon. Robert Donati, comprou o lote 128, nele construiu um hotel, nele construiu um Hotel Donati. E assim outros foram construídos, em lotes do Núcleo Colonial Itatiaya, em épocas diversas – Hotel Cabanas de Itatiaia, Aldeia dos Pássaros e Hotel do Ypê – retratando as transformações sociais e econômicas ocorridas nesse original povoamento.
(Dados e trechos do livro: Imigrantes em Resende: Visconde de Mauá – 1908-1916 – MAM de Resende – pesquisa de Alexandre Mendes da Rocha).
Em 14 de junho de 1937 foi criado o Parque Nacional do Itatiaia pelo decreto n.º 1.713. Tal diploma legal, sabiamente não incorporou nenhum dos lotes que tinham sido vendidos aos colonos e a terceiros pelo Governo , portanto, de propriedade privada: o Parque Nacional do Itatiaia(11.943 hectares) foi constituído pela área da Estação Biológica do Rio de Janeiro mais alguns lotes do Núcleo Colonial que ainda pertenciam ao Ministério da Agricultura. Fora do limite do Parque ficaram outros lotes de propriedade da União, aonde vieram ser instaladas a sede do Parque e as demais dependências. Também não foram incluídos os chamados no Decreto n.º 1713 de lotes privados encravados e citados como área “...da que for desapropriada...”. Na verdade nunca o foram, e serviriam para unir os lotes públicos externos aos limites do Parque Nacional do Itatiaia aos contidos dentro de seus limites.
Em 1982, o decreto n.º 87.586, de 20/09/1982, sancionado pelo Geenral João Baptista Figueiredo, na qualidade de Presidente da República, ampliou os limites do Parque Nacional do Itatiaia de 11.943 hectares para “aproximadamente 30.000 hectares”. O decreto incluiu, discricionariamente, lotes do Núcleo Colonial Itatyaia pertencentes a particulares, sem definir que seriam desapropriados e sem justificativa técnica para inclui-los. Esses novos limites na parte sul estão em desacordo ao proposto no Plano de Manejo desse mesmo ano (1982) para o PNI. Nesse documento consta explicitamente: “Considerando que Parque Nacional é uma categoria de manejo onde, dentre outras qualificações, as terras devem pertencer integralmente ao Poder Público, e que, as condições em que se encontra a área representada pelos lotes remanescentes do Núcleo Colonial Itatiaia a desqualificam como Parque Nacional, julgarmos adequada a transferência da categoria de manejo desse conjunto de lotes, encravado do Parque Nacional, para Parque Natural, onde tais condições são admissíveis”. Embora não mais exista a categoria Parque Natural, o fato é que o documento de encaminhamento da ampliação do parque reconhecia não ser admissível à inclusão desses lotes referidos dentro dos limites de um Parque Nacional.
Fonte: Associação dos Amigos do Itatiaia

HISTÓRIA DO MONTANHISMO E ALPINISMO EM ITATIAIA - Acadêmico Paulo Roberto Zikan

HISTÓRIA DO MONTANHISMO E ALPINISMO EM ITATIAIA

Originário dos Alpes o alpinismo virou montanhismo no Brasil. Em 1839, a senhora América Vespucci inaugurava o esporte em nosso país escalando o morro do Pão de Açúcar, com 395 metros de altura, ante o olhar incrédulo do povo que se reuniu na Urca para acompanhar o grande feito. Mantendo as lideranças das mulheres, a princesa Isabel realizou a primeira escalada oficial do Pico das Agulhas Negras, em Itatiaia, ao participar da expedição do botânico Glaziou, em maio de 1883.
A primeira manifestação do montanhismo no Brasil ocorreu em 1856, quando José Franklim da Silva escalou o “Pico das Agulhas Negras”. Residia na antiga Vila de Aiuruoca e movido por um pioneirismo quase visionário, ele escalou os imponentes paredões rochosos até atingir sozinho o ponto culminante, tomando-se o primeiro brasileiro a atingir a maior altitude (naquela época) alcançada em nosso país, a 2.787,4 metros.
O ponto culminante do Brasil hoje, se encontra na fronteira com a Venezuela. É o Pico da Neblina com 2.993,8 metros de altitude. O Pico das Agulhas Negras está agora em 8o lugar dentre os cumes brasileiros e seu nome é Itatiaiaçu.
Para lá chegar, o solitário escalador venceu os primeiros pontões, depois escalou os paredões sulcados pela erosão, vencendo calhas perigosas, chaminés e muitos abismos. Tudo isso sem contar que ainda não havia caminhos para ali chegar (estradas e trilhas). Um verdadeiro ato de bravura que mereceu destaque nacional. O relato de sua escalada foi enviado pelo nosso montanhista à Côrte, onde em palavras narrou o caminho que galgara, suas dificuldades e suas belezas encontradas que destaca com entusiasmo e admiração.
Em 21 de agosto de 1879 a oficialização do esporte de Alpinismo no Brasil contou com a iniciativa de um grupo de paranaenses liderados por Joaquim Olímpio de Miranda, que decidiu escalar o Maciço do Marumbí, situado na Serra do Mar do Paraná. O cume principal com 1547 metros de altitude ficou denominado de Monte Olímpio.
Em 1912 Teixeira Guimarães e seus companheiros conquistam o Dedo de Deus na Serra dos Órgãos em Teresópolis. Teixeira havia sido guia, alguns anos antes, de uma equipe alemã, que não conseguiu chegar nem à base da pedra devido à vegetação abundante. Nessa conquista, nossa equipe venceu passagens tão difíceis para a época que a escalada só foi realizada novamente 20 anos depois.
Foram tempos pioneiros, onde o lombo da mula fazia a vez do automóvel, as ricas e pesadas vestes só contribuíam para aumentar ainda mais o peso dos primeiros montanhistas brasileiros. Era duro escalar, mas não faltavam nobres e aventureiros que se arriscavam nas altas montanhas que cercam as cidades do Rio de Janeiro, transformando cada incidente da viagem em histórias carregadas de heroísmo, bem ao gosto das conversas de salão.
A situação privilegiada do Estado do Rio de Janeiro – possuidor de um formidável conjunto de montanhas em seu território – o torna líder no cenário montanhista, com um grande número de clubes e uma federação.
Como é praticado atualmente, o montanhismo faz parte de uma atividade conhecida como excursionismo, que compreende excursões em praias, montanhas, no campo ou na cidade. Já o alpinismo, é o esporte unicamente relacionado em escalar as rochas utilizando equipamentos específicos. Esses esportes são para os que procuram uma forma de lazer baseada na vida ao ar livre. O que vale é a vivencia do companheirismo, a sedimentação de amizades nos bons e maus momentos, quando a sobrevivência coletiva depende da ação de cada um.
O esporte encontra nos parques nacionais, como os de Itatiaia e Serra dos Órgãos, montanhas de altura, forma e beleza dignas dos melhores escaladores. Muito antes da formação desses parques, os guias de clubes se faziam presentes, conquistando paredões e criando as condições necessárias para que outros pudessem desfrutar a alegria de chegar ao cume.
Os montanhistas e adeptos foram se organizando e formando cada vez mais clubes e grupos de excursões e montanhismo. A nossa região da Serra do Itatiaia, onde há o Pico das Agulhas Negras, é o berço dos maiores montanhistas do Brasil. Está atuante também o GEAN – Grupo Excursionista Agulhas Negras fundado em 20 de outubro de 1962.

Colaboração do texto: Paulo R. Zikan – Montanhista e acadêmico da ACIDHIS

O MUNICÍPIO DE ITATIAIA - Alda Bernardes de Faria e Silva

COMUNICAÇÃO: O MUNICÍPIO DE ITATIAIA



A Serra da Mantiqueira e o Vale do Paraíba foram primitivamente cobertas de densas matas, ocupadas por selvagens, os Puris, pertencentes ao grupo dos Coroados que deram ao maciço o nome de Ita-ti-ai-a, que segundo Afonso de Taunay em tupi-guarani significa “pedra cheia de pontas”.
Do século XVI ao século XVII, com a descoberta do ouro nas Gerais, o Vale e a Serra foi intensamente percorrida por aventureiros e faiscadores à procura de indícios auríferos, seguindo as primitivas trilhas dos selvagens.
No meado do século XVIII, tornaram-se importantes vias de transporte das Minas Gerais para o porto de Angra dos Reis e Parati, por onde escoava o ouro por via Marítima.
Em conseqüência desse tráfego, foram surgindo na região vários ranchos. Assim, da fundação de Itatiaia, como a de muitos aglomerados urbanos, não se conhece nomes entre seus fundadores.
A colonização só se deu nas primeiras décadas do século XIX com a chegada de algumas famílias, procedentes de Alagoa, de Aiuruóca - MG, com
O esgotamento das minas de ouro das Gerais.
Verificando-se maior estabilidade dos que já aqui viviam. As terras apresentavam a vantagem de servir para plantações, surgindo na vasta planície os canaviais e seus engenhos, formando-se os grandes latifúndios.
Foi no início do século XIX, na década de trinta, que surgiu o povoado de Campo Belo, com a instalação do Distrito de Paz e Tabelionato em 13 de maio de 1832, para inclusive, o registro de terras e escravos. Em 5 de abril de 1839, por Lei Provincial, nº 139, foi instalado o curato Eclesiástico de São José do Campo Belo, subordinado a Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Resende.
A primeira capela data de 1839. Erigida em terras doadas por D. Silvéria Soares Lucinda, com a condição de invocar S. José, padroeiro de sua família.
Esta capela deu origem a atual Matriz de Itatiaia, construída em 1848.
Em 1842, por Lei Provincial n. º 272, de nove de maio, elevada à categoria de Freguesia de Campo Belo.
Em 1851, abriu-se a primeira Escola Pública de Itatiaia por Lei Provincial para atendimento aos estudantes do sexo masculino.
Em 1862 foi inaugurada a primeira escola feminina.
A fase áurea do Café também chamado de “Ouro Verde”, que foi impulsionado pela exploração da via fluvial pelo Rio Paraíba do Sul, atingiu seu apogeu entre 1860 a 1870.
Segundo o Almanak Lammert, na década de 1880, a Freguesia de S. José do Campo Bello (Itatiaia) era quase exclusivamente produtora de café, e possuía, para beneficia-lo, excelentes máquinas.
Podemos citar o Comendador Manuel da Rocha Leão – proprietário da Fazenda Cachoeira, cujo café obteve prêmio de alto preço – medalha de ouro. O galardão só foi conferido a três dentre cerca de 1000 grupos do produto, na Exposição de Paris, em 1866.
Outro importante proprietário da Fazenda da Serra, o Cel. Tito Lívio Martins, produzia grande quantidade de café em sua fazenda da então Campo Belo. Era filho de D. Maria Benedita Gonçalves Martins, conhecida como a “Rainha do Café”, em Resende.
Outro dos grandes cafeicultores da época, o Comendador Joaquim Gomes Jardim, em sua fazenda Valparaíso (situada na freguesia de Campo Bello), produziu 8.551 arrobas de café no ano de 1860, Domingos Gomes Jardim, descendente do Comendador, receberia na Feira da Filadélfia, nos EUA, o prêmio “Alta Qualidade”. Na Exposição Regional de dois de dezembro de 1885, destacava-se o café tipo “Moca”, das fazendas Itatiaia, de Rocha Leão, e Valparaíso, de Domingos Gomes Jardim, ambas da freguesia de Campo Bello.
No ano de 1873 com a chegada da ferrovia D. Pedro II em Campo Belo.
Por volta de 1889-1890, o Comendador Henrique Irineu de Souza, nascido no Rio, filho do Visconde de Mauá – Irineu Evangelista de Souza, com a abolição da escravatura, começou a buscar alternativas para o desenvolvimento de suas terras, já que não dispunha de mão de obra suficiente para a cultura agrícola e à pecuária.
No século XIX, ocorria na Inglaterra a Revolução Industrial e o país necessitava de mercado consumidor para os seus produtos. Como escravos não ganham dinheiro, não constituem mercado consumidor.Isso influenciou na proibição do comércio de escravos negros (1830), que dificultou a obtenção de trabalhadores eficientes e baratos pelos barões de café.
A obtenção de escravos africanos tornara-se muito mais cara e difícil, já que era necessário comprá-los de traficantes.
Os proprietários temiam pela escassez de mão-de-obra. Começou então uma política de forte incentivo à imigração européia.
Deixava-se claro, entretanto, que os europeus que viessem para cá serviriam, apenas, às necessidades da produção de café, cobrindo a falta de mão-de-obra existente, já que o interesse dos cafeicultores não era ter concorrência dos europeus na agricultura.
Na Europa em plena expansão capitalista, as massas populares estavam insatisfeitas com a situação de miséria em que viviam, e, sem perspectiva de conseguir melhores condições de trabalho e de vida, muitas pessoas arriscavam-se a vir para o Brasil, aceitando qualquer salário que os latifundiários se oferecessem a pagar.
O preconceito foi um fator que também favoreceu a imigração. Vendo-se obrigados a pagar salários aos trabalhadores de suas terras, os barões davam preferência aos europeus do que a negros ou orientais.
Já em 1882 iniciou-se a fase da pecuária, pelo Cel. José Mendes Bernardes – precursor do gado leiteiro, com o início da exportação de manteiga e leite para a capital Rio de Janeiro.
No ano de 1888 foi marco o início da Canalização das Águas em Campo Bello.
Em 1891 houve o surgimento da Companhia Centros Pastoris do Brasil, que em 1905 empregava 200 homens e exportava 10.000 litros de leite para o Rio de Janeiro.
Enquanto isso, a região de Montserrat (uma das sete fazendas de Irineu Evangelista de Souza), desenvolve-se com uma tendência implacável à criação de um Núcleo Colonial no Itatiaia.
No dia quatro de Junho de 1908, registrava-se o impulso das terras no Itatiaia pelos colonos italianos, franceses, alemães e belgas.
Em 1909, Henrique Irineu de Souza expõe no Rio, frutas produzidas no Núcleo.
No ano de 1911 houve uma tentativa pró-emancipacionista encabeçada por Eduardo Torres Cotrim e José Mendes Bernardes, os precursores do ideal emancipacionista.
Em 1912 chegam ao Núcleo “Itatiaia” as primeiras doze famílias de colonos holandeses.
Em 1920 se deu a implantação da Luz Elétrica, em Campo Bello (Itatiaia).
Em 1921 iniciaram-se as reformas do antigo casarão de D. Mariana Rocha Leão (hoje Paço Municipal Campo Bello) para o funcionamento do H.C. I(Hospital de Convalescente de Itatiaia) que foi instalado oficialmente a 1. º de março de 1923.
No ano de 1922 foi criada a Usina de Laticínios Campo Bello, dois anos depois em 1924 houve a instalação do S.M. I (Sanatório Militar de Itatiaia) e em 1927 se deu à fundação do Cine Campo Bello, por Gil Astrolfo de Araújo e Henrique Döhler.
Nesse mesmo ano em 1927 foi dado o primeiro passo para a concretização do projeto que resultaria na fundação da Colônia Finlandesa –a 1ª sauna finlandesa foi em terreno no Parque Nacional do Itatiaia. E em 1929 é fundada a Colônia Finlandesa no loteamento de Penedo, com a compra da Fazenda Penedo, em Itatiaia.
No Governo de Getúlio Vargas em uma de suas tantas visitas a Itatiaia, podemos citar as inaugurações do Parque Nacional do Itatiaia a 14 de Junho de 1937.
No ano de 1938, Campo Belo foi elevado à Vila por Lei Federal e em 1943, outro decreto deu ao quarto distrito de Resende e Vila Campo Bello, o expressivo nome de Itatiaia.
Em 1950, os vereadores Graciema Carvalho da Silveira Cotrim e Reinaldo Maia Souto entraram com um pedido de que criasse uma sub-prefeitura em Itatiaia. Essa iniciativa fez com que fosse criado o 8º Distrito de Resende, Engenheiro Passos, até então pertencente à área do Distrito de Itatiaia.
De 1957/58 surge um novo movimento emancipacionista, tendo à frente Lauro Mendes Bernardes e outros.
Em 1964 uma outra tentativa pró - emancipacionista aconteceu, sob o comando de Haroldo Nunes de Almeida, Benedito Ribeiro Martins, Sargento Roque Marinho e outros.
Em 1969 a Usina Hidrelétrica do Funil, começava o enchimento do reservatório e entrava em operação o primeiro dos três geradores.
Em 1976 instalava-se a Fábrica Xerox do Brasil e em 1981, a Michilin.
Em 1983 ressurge um novo movimento emancipacionista, mais experiente e mais determinado.
Oficialmente, em 1984 é criada a Comissão Pró-emancipacionista em Itatiaia por um grupo de idealistas liderados pelo economista Nilson Rodrigues Neves.
Alda Bernardes de Faria e Silva(atual presidente da ACIDHIS) E SEU IRMÃO Humberto Bernardes, Altair Valente, Cel. Rubens Tramujas Mader, Rui Camejo, Christiano Ribeiro, Dalmo Barbosa, Élio Gouvêa, George Waldemar Fusco, João Paulo D´Oliveira, José Moreira da Silva, Laércio Guedes de Barros, Márcio de Almeida Maia, Nilson Rodrigues Neves, Major Oswaldo Motta, Sebastião Oliveira Soares e Walter Martins Moreira.
No ano de 1987 o sonho consagrou-se com um plebiscito vitorioso do SIM, não tendo mais jeito, senão ao inevitável.
Em 1988 se deu a criação do Município de Itatiaia e em 1989, foram implantados os Poderes Executivo e Legislativo.
No ano de 1992 fundamos a Academia Itatiaiense de História, no dia 1º de Junho, cujo propósito é o da preservação da memória histórica de Itatiaia.
No ano de 2000, aniversário dos 500 anos do Brasil, Itatiaia foi contemplada com a Criação de uma Comarca Única.
Hoje, como grande desafio, a Academia Itatiaiense de História vem lutando pela implantação de um Memorial do Café, com todo um acervo de peças, documentos, fotos antigas, entre outros datados do século XIX para servir de atrativo para os visitantes e como estímulo ao conhecimento de um passado que edificou um presente e que deve ser passado para as gerações futuras.
Queremos em público agradecer ao Excelentíssimo Sr. Jair Alexandre Gonçalves, nosso Prefeito Municipal, pela desapropriação da Chácara Pequenina que servirá para a implantação do Memorial do Café dentro do Município de Itatiaia, criando dentro das expectativas, atrativo a mais para o veranista adentrar-se no Município de Itatiaia e promovendo através disso, ações culturais para os nossos munícipes, estudantes, docentes, bem como a instituições públicas e privadas e ao fomento turístico local.
Muito Obrigada a todos!
Texto Fonte: Alda Bernardes de Faria e Silva- Presidente da ACIDHIS

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O PARQUE NACIONAL DO ITATIAIA - Alda Bernardes de Faria e Silva

O PARQUE NACIONAL DO ITATIAIA
Alda Bernardes de Faria e Silva




A riqueza da flora do Parque Nacional do Itatiaia e a expressividade de suas formações geomorfológicas, causaram importante relato devido à visita do botânico Glaziou em companhia da princesa Imperial D’Eu em julho de 1872 em “Mont - Serrat” – uma das antigas fazendas de Irineu Evangelista de Souza (antigo nome do Parque).
Com a abolição da escravatura suas fazendas foram vendidas , quando surgiram dois Núcleos Coloniais: um no vale do rio Campo Belo, denominado Itatiaia; e o outro no vale do rio Preto, denominado Visconde de Mauá.
Precisamente em 14 de junho de 1937, através do Decreto 1.713 o Governo Federal criou o Parque Nacional do Itatiaia, localizando-o em uma notável área da Serra da Mantiqueira, como o primeiro Parque Nacional do Brasil.
Com esta atitude poder-se-ia equacionar o problema do equilíbrio ambiental, do ponto de vista regional, entre outras ações.
É importante definir sua topografia de difícil acesso, de penetração penosa.
Outro aspecto observado se dá às práticas violentas das lavouras extensivas e do pastoreio sobre pastagens queimadas anualmente, além do extrativismo da lenha, palmito “Juçara” e da madeira nativa, sacrificaram animais de várias espécies, além da destruição da flora e das matas tropicais.
A imponência do Itatiaia com sua respectiva riqueza de fauna e flora se define com exuberante florística ainda hoje, mesmo deflagrada às queimadas e a ocupação predatória de suas terras.
Essa possibilidade se dá graças as condições de luz e altitude inerentes no Itatiaia.
Interessa dizer que possui gigantesco maciço geológico – o segundo grande grupo de foiaíto existente no mundo.
De sua localização podemos dizer que se encontra em pontos limítrofes dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro e cuja posição é 22º 24’ 48’’ latitude Sul e 44º 50’ 0’’ de longitude Greenwich ou 1º 39’ 39’’ W. do Rio de Janeiro, com a altitude de 2.180 metros sobre o nível do mar.
A serra abrange terrenos dos municípios de Queluz(São Paulo), Resende, onde está a sua maior área, (Estado do Rio) e Itamonte, Liberdade e Aiuruóca, (Estado de Minas Gerais).
A sua direção geral é E O apresentando-se ela, olhada do vale do Paraíba, de altitude aparentemente de súbito elevada e uniforme.
Sua constituição geológica empresta-lhe, nas partes mais elevadas, singulares formas e belezas realmente admiráveis.

Bibliografia da autora



1. Pedro Braile, neto – Resende no seu ducentésimo ano de existência – edição 1944;
2. Camejo, Rui – Revista de Itatiaia – abril/89 – página 13


Como é linda a natureza
Ten. Sebastião de Almeida



Como é linda a natureza,
Que Itatiaia mostra pra todo Brasil,
Em baixo, um verde, que beleza,
Em cima um céu azul anil.

Pássaros noturnos entoam um cantar,
Num clarão do cintilar dos pirilampos,
O ruído das águas em seu leitor a rolar,
E o orvalho que molha a relva dos campos.

De dia, o gorjear dos passarinhos,
Em cada fresta um raio de luz solar adentra,
O Parque Nacional expõe em seus caminhos,
Tudo de belo que a floresta apresenta.


Itatiaia, tu abraças com tua vegetação,
Um magnífico patrimônio da cidade,
Mostrando insetos oriundos da região,
Em seu Museu de grande autenticidade.

Auxiliando sempre a ecologia,
Ajudamos a preservar a natureza,
Itatiaia, tu viverás sempre em harmonia,
Para que possamos respirar toda pureza.


Parque Nacional, tu és sexagenário,
Com mais de meio século de fundação,
Sua fauna e flora fazem o seu cenário,
Tornando um palco de zoo-vegetação.


Amar você Parque Nacional.
É amar a natureza,
É amar esta beleza,
De um país sensacional.

ALGUMAS DAS PERSONALIDADES ILUSTRES QUE MARCARAM SUAS PRESENÇAS EM ITATIAIA DE ONTEM E HOJE (SEGUNDA PARTE) Alda Bernardes de Faria e Silva

1- HERBERT DE SOUZA – O BETINHO

Seu sonho era “ninguém morando nas ruas, educação para todos, favelas urbanizadas, crianças alimentadas e esporte servindo como integração social.”
Betinho nasceu em 13/11/1935, em bocaiúva, interior de Minas Gerais. Filho de Henrique e Maria da Conceição Figueiredo de Souza.
É sociólogo, formado pela Universidade Federal de Minas Gerais, em 1962.
Como um “bom mineiro”, Betinho vai passo a passo construindo sua trajetória através de Ações como poucas vezes se viu no Brasil.
Desde cedo a vida lhe mostra que sua missão seria árdua e que apesar da aparência frágil seria necessário lutar!!! E isto foi o que fez durante toda a sua vida. Lutou pela vida. A sua e a de milhares de brasileiros. De 1950 a 53 é vítima de tuberculose e vive confinado num quarto, nos fundos de sua casa.
No fim da década de 50 começa a militância na Juventude Estudantil Católica e na Juventude Universitária. Em 1962, aos 27 anos é um dos fundadores da organização marxista Ação Popular. Em 1964 com o golpe Militar até 79 viveu exilado em vários países e retornou ao Brasil em 16/09/79 com a anistia política. Cria em 1981 o IBASE(Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas), cuja meta é democratizar o acesso à informática.
Por ser hemofílico, contraiu em 1996, AIDS em uma das inúmeras transfusões de sangue às quais era obrigado a se submeter. Neste mesmo ano cria a ABIA, entidade que vira referência na luta para o controle dos bancos de sangue e contra a discriminação.
Em 1988, Betinho perdeu dois irmãos também hemofílicos e com AIDS: O cartunista Henfil e o músico Chico Mário.
Assume o cargo de 1º defensor do povo do município do RJ, sem remuneração.
Em 1992 começa a Campanha para que os restaurantes, em vez de jogar fora a comida que sobrou, doem para comunidades carentes. Sai daí o embrião da Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida.
Participa do Movimento pela Ética na Política, que resultou no “Impeachement” do Presidente Fernando Collor.
Em 1993 surgem em todo país comitês da Ação da Cidadania, Campanha conhecida como “Campanha do Betinho”.
Em 1996 faz a Sapucaí chorar ao sair como destaque da Escola de Samba Império Serrano, que levou o tema: “E verás que um filho teu não foge à luta”, sobre sua vida.
Em meio a tantas lutas Betinho encontra em nossas terras o clima ideal para refazer suas energias unindo-se a isto a hospitalidade do nosso povo, ele adquire na atual Fazenda da Serra, ITATIAIA – RJ, um sítio onde passa os fins de semana, com um novo aprendizado da vida: Conviver com a morte, dando um novo sentido para a vida a cada dia.
Em julho de 1997, Betinho é internado no Hospital da Beneficência Portuguesa, no rio, vítima de uma infecção oral, vinte e seis dias depois, pede para voltar para casa.
Herbert de Souza morreu em sua casa em Botafogo, no RJ, dia 9 de agosto de 1997, com 61 anos de idade, vítima de hepatite do tipo “c” e em 11 de agosto, o corpo do sociólogo é cremado e a pedido de Betinho, as cinzas foram espalhadas em seu sítio em Itatiaia.
Nota final: Recebeu título em homenagem póstuma pela Câmara Municipal de Itatiaia, em junho de 1999.

2- Alberto da Veiga Guignard

Em 1896, nasce a 25 de fevereiro, em Nova Friburgo, Rio de Janeiro.
Em 1915, o padrasto o inscreve numa fazenda-escola em Freising, perto de Munique/Alemanha para que se forme em Agronomia e Zootécnica.
Em 1918 reside na casa de campo de sua mãe, em Grasse, França, seguindo para a Suíça e Itália, onde toma conhecimento da arte européia. Retorna ao Brasil em 1929, após morar em Florença e trabalhar como pintor e desenhista na Fundação Osório, no Rio de Janeiro.
De 1940 a 1942, morando em Nova Friburgo inicia longa série de desenhos e pinturas das serras de Itatiaia, RJ, residindo por longos períodos no Hotel Repouso Itatiaia, de propriedade do seu amigo, o musicista alemão Robert Donatti. Como retribuição delicada da hospedagem que lhe é oferecida, pinta portas, janelas e móveis da sede do hotel e do chalé em que ficava.
Além de retratar o amigo Donatti e a afilhada Dora(proprietária do Hotel Repouso, hoje Hotel Donatti) que guarda do ilustre visitante uma saudade mista de admiração, respeito e meiguice, pois, quando recorda de sua meninice e do ilustre pintor alegrando uns e outros, pintando guardanapos para as mesas dos hóspedes, a energia que paira no ar ao relembrar ou rever suas pinturas é sereno, calmo, como as paisagens retratadas em suas obras.
Quase que “descarioquizado”, ele depois de desenhar e pintar essas queridas montanhas do Itatiaia, transfere-se para Minas Gerais em 1944, a convite do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek de Oliveira, para dirigir a Escola de Artes, de Belo Horizonte, hoje Escola Guignard. Em torno do artista se agrupa a juventude mineira interessada na arte moderna.
Em 1961, na revista TIME, uma matéria comenta ser GUIGNARD, o filho mais querido do Brasil; sua pintura é preferencialmente, lisa, ignorando o empaste.
Bom. Guignard! No meio de tanta coisa ruim, de tanta miséria e tanto desencontro, eis sua pintura, fresca como um sorriso de criança, sua pintura onde em casas singelas, vivem seres simples e felizes. Sua pintura onde, em frondes verdes, cantam sempre passarinhos.

Nota: Parte do texto foi extraído de escritos sobre Guignard na ótica de Vinícius de Moraes em outubro de 1952. Livro. Vinícius de Moraes. Poesia completa e Prosa – vol. 1 – 1981 Ed. Novo Aguilar S/A

3- PAULO DE CAMPOS PORTO

Natural de Juiz de Fora – MG. Nascido em 9-1-1889. Filho de Augusto de Campos Porto e D. Maria Barbosa Rodrigues de Campos Porto. Naturalista e agrimensor, formado pela Faculdade da Universidade do RJ. Foi o 1º diretor do Parque Nacional do Itatiaia de 1937 a 1939. A idéia de criação do Parque Nacional do Itatiaia-PNI. Ocorre depois que o Naturalista do Jardim Botânico Campos Porto realizou vários estudos da sistemática na região do Itatiaia e constatou a destruição progressiva daquelas matas. Isto o levou a enviar correspondência ao Diretor do Jardim Botânico J. C. Wiltis, denunciando a devastação e sugerindo a criação do Parque Nacional, “criação das fraldas do Itatiaia” até a parte superior da montanha que pelo seu clima e condições topográficas prestaria a ciência relevante serviços. (Contribuição do diretor do PNI, em 14-06-87 – Mário Augusto Bernardes Rondom) – Casado com D. Maria Antonieta Franco de Campos Porto. Falecido em 6-11-1968. Era de família radicada em Itatiaia.

4- GETÚLIO DORNELLES VARGAS

Nasceu em São Borja, Rio Grande do Sul, a 19 de Abril de 1883. Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de Porto Alegre em 1907. Foi Promotor Público, nessa mesma cidade até 1909, passando a exercer a advocacia em sua terra nata. Foi eleito deputado estadual – 19-09-1912. Reeleito, renunciou à Câmara em 1917. Em 1926, ocupou ao Ministério da Fazenda, a convite do Presidente Washington Luís.
Em 1930, deu início a um movimento armado com sede no Rio Grande do Sul, tendo apoio de São Paulo, Minas Gerais e Paraíba, que o levou ao poder. Governou inconstitucionalmente até a promulgação da Constituição de 1934, acontecendo durante esse período à revolução constitucionalista de São Paulo. Dissolveu o Congresso às vésperas das eleições em 1937, fazendo promulgar uma nova constituição em 10 de novembro de 1937, a qual chamou de “Estado Novo”.
Por esta época, para ser mais precisa a 14 de junho de 1937, através do decreto no 1713, o Presidente Getúlio Vargas cria o Parque Nacional do Itatiaia, a pedido de Paulo de Campos Porto, que veio a ser o 1º Administrador do Parque.
Para inauguração da Pedra Fundamental vem à nossa cidade, o então Presidente Getúlio Vargas. Em seu trajeto pela via Dutra, conta-se que o povo ficava encantado com o presidente e toda comitiva que ao chegava à Fazenda – Chalé do Sr. Roberto Cotrim, a convite para uma tradicional festa em homenagem a São João, a fim de agradecer a boa colheita e tudo que a fazenda produzia. Dona Graciema como anfitriã permaneceu ao lado do Presidente.
Para dar início à festa o tropeiro da fazenda José Julião Sampaio marcava a quadrilha junto com D. Graciema e desta forma iniciavam-se os festejos.
Após a quadrilha, Getúlio Vargas plantou na entrada da fazenda um pé de “framboyant”, que ainda permanece no local como que a manter os sons daquele dia.
Em cada parte da fazenda havia uma dança típica e na casa principal: dança de salão.
Getúlio dançou em cada recanto da fazenda junto aos convidados e como era vontade de Campos Porto, ficou conhecendo o que era tradição no interior do Estado do Rio.
Em 1942, Getúlio Vargas declara estado de Guerra com a Alemanha e Itália.
Permaneceu na presidência até 1945. Foi deposto pelas Forças Armadas. Em 1950, foi eleito Presidente da República e desenvolveu neste período a Siderurgia, criou a Petrobrás e a remodelação trabalhista. Suicidou-se em 24 de agosto de 1954, por problemas políticos.

5- PE JOSÉ WYRWINSKI

Pe José Wyrwinski nasceu aos 15 de janeiro de 1912 em BIECZYNY, Estado de POZNÁN, na Polônia. Seus pais, Francisco WYRWINSKI e Francisca ROSZAK WYRWINSKI eram agricultores. Tiveram doze filhos e Pe José era o nono filho do casal.
Cursou o primário em PIATKOWO, hoje distrito de POZNAN. Fez o curso ginasial em POZNAN. Em fevereiro de 1933 entra na Congregação da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, atraído pelo exemplo de seu grande amigo, já falecido Pe Francisco ANDERS. Concluiu o noviciado na Casa da Congregação em Cracóvia e aos 15 de Agosto de 1934 fez primeiros votos religiosos. Neste mesmo ano foi enviado para Roma-Itália, onde permaneceu na Casa Generalícia da Congregação, no Seminário Internacional, convivendo com estudantes americanos, poloneses, italianos e búlgaros. Estudou na Pontifícia Universidade Gregoriana, três anos de Filosofia – licenciado em Filosofia e quatro anos de Teologia.
Durante a Segunda Guerra Mundial foi ordenado sacerdote aos 7 de junho de 1941 na Basílica de São João Latrão.
Foi nomeado Mestre dos Noviços durante dois anos.
Estudou dois anos de Direito Canônico. Atuou como Capelão no Exército Polonês que lutava ao lado dos ingleses na Itália. Acompanhou o exército na luta até o norte da Itália e foi condecorado pelos bons prestados com a Cruz de Prata pelos méritos e medalhas de Guerra da Inglaterra, Itália e Polônia. Em setembro de 1946, acompanhando os soldados poloneses, foi embarcado para a Inglaterra. Dois anos depois desmobilizado do Exército a pedido da Congregação foi trabalhar na paróquia de BIASCA, TKCINO, na Suíça.
No ano de 1950 foi enviado a Viena – Áustria ainda ocupada pelos exércitos aliados, sendo nomeado superior da Casa da Congregação e Reitor da Igreja para dar assistência religiosa aos Poloneses de Viena e de toda a Áustria.
Retorna a Roma sete anos depois, onde encontrou D. Agnello Rossi, naquela época Bispo de Barra do Piraí, que na ocasião procurava padres para trabalhar no Brasil.
Pe José aceitou o convite de D. Agnello e dia 9 de março de 1959, junto com Pe Leon WOJTYNIAK, desembarcaram no Rio de Janeiro. Foram enviados por D. Agnello a Resende, onde fundaram a Paróquia de Santa Cecília no Manejo.
Pe José trabalhou durante três anos como vigário Cooperador e então D. Agnello o convidou para ser vigário da Paróquia de São José em Itatiaia. Dia 22 de março de 1962 ele tomou posse da Paróquia.
Atuou durante 27 anos como Pároco em Itatiaia, como o próprio diz sua “Terra Brasileira” e sua “casa”.
Aposentou-se em 31 de janeiro de 1988 e, e, 1989 foi para Curitiba exercer ofício no Seminário do Cristo Ressuscitado.
Em 1990 foi homenageado e recebeu o Título de Cidadão Itatiaiense.
Em 1992 Pe José retorna a Itatiaia para morar definitivamente.
Com a saúde debilitada, agravada em 1994, por graves problemas cardíacos, tem suas atividades limitadas.
Seus cabelos brancos, o olhar claro, seu falar calmo com forte sotaque polonês, doce, tranqüilo, pacífico, este é Pe José Wyrwinski, cujo princípio de vida se resume na frase: “O importante é cativar.”
Em sua longa trajetória por nossas terras, PE JOSÉ WYRWINSKI acaba se tornando membro de inúmeras famílias e é com a grata satisfação que o vemos participar das mais variadas atividades em nosso dia a dia.
Em festas, casamentos, batizados e almoços sempre havia tempo para as estórias da Polônia, da juventude de seus pais e irmãos.
E aos 10 dias do mês de março de 2002, seus lindos olhos azuis se fecham para as belezas de Itatiaia, mas permanecem na memória deste povo a luz que por anos, ele, Pe José, fez brilhar em nossas vidas.

Fonte: Parte do texto foi extraído do Documentário da Comunidade Eclesial de São Benedito – Engenheiro Passos – maio de 1999.

6- VINÍCIUS DE MORAES

Vinícius de Moraes nasceu no Rio de Janeiro no dia 19 de Outubro de 1913 na rua Lopes Quintas, n. º 114, hoje, 368, Gávea.
Conta-se que nasceu empelicado e acabou por descuidos apanhando bronquite “que lhe sacudiu o corpinho frágil durante a infância e balançou na mocidade o arcabouço do rapaz forte em que se transformou.”
Talvez por este motivo vinha com freqüência ao Parque Nacional do Itatiaia, no Hotel do amigo Donatti, onde escreveu vários poemas. O Pôr do Sol em Itatiaia, Campo Belo 1940. Fala do silêncio das nascentes, das luzes, das belezas da nossa terra. Que para a alma deveria soar como bálsamo.
Em 1933, Vinícius de Moraes escreve na antiga Pousada Itaóca no PNI, mais um poema sobre as nossas belezas.
Itaóca

Serenamente pousada
Sobre a montanha elevada
Como um ninho de poesia,
A casa branca e pequena
É como a mansão serena
Da luz, da paz, da alegria!

Ó viajante fatigado
Se no teu passo cansado
Aqui vieres pousar
Tu voltarás satisfeito
Com risos largos no peito
E calmas santas no olhar!

Vinícius de Moraes, Campo Belo, 1933.

7- OSMAR AMORIM


Filho de Antonio Augusto Amorim e de Maria Geraldes Amorim, naturais de Portugal. Nasceu a 26 de março de 1917, no antigo Distrito Federal, hoje Rio de Janeiro. Cursou o Colégio Pedro II e serviu no Batalhão de Guardas em 1936. Fez o curso Prático de Farmácia e logo após o curso de Farmacêutico, recebendo em março de 1940 o Diploma de Farmacêutico, título conferido pela Faculdade Livre de Ubá do Estado de Minas Gerais. Começa em 1945 a exercer sua vida profissional na cidade de Volta Redonda vindo mais tarde para Itatiaia, então Campo Belo, onde se radicou e viveu intensamente e incansavelmente por esta terra, que se considerava filho dela. Homem trabalhador procurava servir a sua comunidade dando-lhe toda a assistência, tanto profissionalmente como comunitariamente. Servia a todos indistintamente.
Político fervoroso batalhou incansavelmente por várias benfeitorias do local.
Recebeu em 30 de novembro de 1971, diploma de Honra ao Mérito do Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL). Recebeu também, Diploma de Vereador Benemérito pela realização de várias obras, que muito beneficiou o distrito, como instalação da Rede Elétrica e inauguração do Grupo Escolar do Bairro Cabral. Sócio Fundador do Lions Clube de Resende, recebe em 1971 diploma pelos Dez anos de serviços prestados a sua comunidade.
Lança a pedra fundamental do Colégio Municipal Reinaldo Maia Souto.
Casou-se em 1937 com Joselita Nascimento Amorim e dessa união tiveram 8 filhos, sendo 6 homens e 2 mulheres. Faleceu em 1º de junho de 1973 levando consigo um dos seus maiores sonhos, ver Itatiaia emancipado.
Seu nome hoje é lembrado numa das ruas desta terra que tanto amou.


8- GIL BERNARDES
Natural de Itatiaia, nascido em 16-11-1884. Filho de José Mendes Bernardes e D. Maria Carolina Mendes Bernardes. Fazendeiro. Presidente da Câmara Municipal de Resende. Casado em primeira núpcias com D. Laura Barreto Bernardes e em segunda núpcias com D. Albertina Bernardes.

9- HÉLIO MELLO DE ALMEIDA

Carioca, o engenheiro Hélio Mello de Almeida, ministro do governo João Goulart de 1962 a 63. À frente da pasta da Viação e Obras Públicas, ele fez melhorias nas estradas e na malha ferroviária do país. Graças a seu empenho, a estrada Rio – Bahia foi construída e a Rio – São Paulo Duplicada. Nascido em 12 de junho de 1919, formou-se em engenharia civil pela Escola Politécnica da antiga Universidade do Brasil(atual UFRJ) em 1943. Atuou intensamente na política estudantil. À frente da UNE de 1942 a 1943, conseguiu do ministro Gustavo Capanema a doação de uma sede própria para a entidade.
Sua atuação na construção de várias ferrovias e em indústrias e como presidente do Clube de Engenharia o levou à indicação para o ministério de Jango, em 1962. Também foi reconhecido por seu plano de combate à seca do Nordeste. O escritor Jorge Amado chegou a indicá-lo para homem do ano de 1962. Durante o regime militar, voltou a ocupar o cargo de presidente do Clube de Engenharia, por dois mandatos, de 1967 a 1973. em 1975, elegeu-se deputado federal pelo MDB.
Em 1984 lutou a favor da campanha das Diretas-já e, em 1992, do impeachment do presidente Fernando Collor. Desde 95, entretanto,estava afastado da vida pública por conta de problemas de saúde. Morreu ontem de falência múltipla dos órgãos, em casa, no Rio.Seu corpo foi cremado e, a seu pedido, suas cinzas foram espalhadas pelos jardins do sítio da família, em Itatiaia.
No dia 12 de abril, a Academia Itatiaiense de História fez realizar a Missa de 7º dia na Igreja Matriz de São José, em Itatiaia, onde amigos e parentes do mesmo marcaram presença.

FONTE: Obituário – 06/04/2002 – Jornal O GLOBO

10 - Alda Bernardes de Faria e Silva *1925


Alda nasceu em 27/11/1925, filha de Waldemar Bernardes e Hermínia Arantes Bernardes. Essa presente obra deve-se ao seu esforço por mais de 30 anos, na pesquisa e coleta de dados da nossa genealogia. Pode parecer natural, para alguém duplamente Bernardes. Mas qualquer um que se envolva com tal empreitada perceberá logo que curiosidade e interesse não bastam. Só mesmo a persistência, o rigor, a paciência, o amor e o orgulho pela sua ascendência e descendência podem realizar tal tarefa. Todos esses atributos Tia Alda possui, e muitos mais.
Escrever sobre a sua vida profissional, requer fôlego. Essa incansável e eclética mulher transita em várias áreas: Fisioterapia, História, Artes. E em cada frente, abre outras.
Iniciou sua vida profissional como professora de Educação Física no Grupo Escola Ezequiel Freire e Colégio Santa Ângela, em 1948 e 1949. De 1950 a 1952 trabalhou na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, como Fisioterapeuta; de 1953 a 1980, foi uma das fundadoras da Associação de Assistência à Criança Defeituosa (AACD), em São Paulo, sendo que vinte e dois anos foram dedicados à chefia do Departamento de Fisioterapia. Participou de várias cursos de Extensão Universitária, na área da Reabilitação da Paralisias Cerebrais, na USP e outros ministrados por professores norte-americanos convidados.
Foi a primeira mulher a ser admitida em Lions na região LC-1 e uma das poucas brasileiras a ter seu nome na nominata internacional; participou de inúmeras campanhas de cunho filantrópico, bem como instituições do porte do Centro Espírita Casa de Ismael, Dízimo São José e Grupo da Terceira Idade.
Tia Alda trabalhou muito também pelo Município de Itatiaia, seu grande orgulho. É Sócia fundadora e Membro Acadêmico da ARDHIS (Academia Resendense de História); Membro Acadêmico e sócia fundadora da ACIDHIS (Academia Itatiaiense de História) e sua Presidente; membro efetivo da AHTMB (Academia de História Militar Terrestre do Brasil). Membro do IEV- Instituto de Estudos Vale Paraibanos – SP; Sócia Fundadora da APROPANI – Associação Pró-Parque Nacional do Itatiaia; é Membro da ALAC (Academia de Letras, Artes e Ciências do Lions Clube do Rio de Janeiro).
Ministrou conferências, transmitindo seus conhecimentos sobre a História de Itatiaia em Simpósio do IEV na Academia Itatiaiense de História em 1996; representou Itatiaia no I Colóquio realizado pelo IHRJ (Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro), com o trabalho O MUNICÍPIO DE ITATIAIA, a qual foi ovacionada de pé pelos participantes; participou no XV Simpósio de História do Vale do Paraíba, em Quatis-RJ, em 2000.
Organizou inúmeras exposições de artes plásticas, com conteúdos temáticos da história de Itatiaia, além da exposição do café do século XIX, com peças originais.
Seus méritos foram reconhecidos de várias formas, em vários momentos de sua vida:
Títulos e Placas: Mérito Cultural pela Câmara Municipal de Itatiaia, em 1990. Foi eleita Personalidade Feminina pela Revista Gerale, em 1990; Em 1993, Destaque de Ouro, como Personalidade Feminina – Simão da Cunha Gago – Resende-RJ; EM 1993, Diploma “Amigo da AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras)”; em 1995, Diploma Amigos para Sempre do Colégio Estadual Ezequiel Freire, em 1996, Certificado pelo Lions Club International, em Cancun, no México; em 1996, Diploma Amigo do CRI (Centro de Recuperação de Itatiaia); em 1996, Destaque Feminina pela ACIATI (Associação Comercial Industrial Agropecuária e Turística de Itatiaia); em 1997, Moção de Louvor, pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro – ALERJ, pelo deputado José Guilherme Godinho Sivuca Ferreira; em 1998, Certificado de Reconhecimento aos relevantes serviços prestados à comunidade de Itatiaia, pela Loja Maçônica de Itatiaia; em 2000 Participou do XV Simpósio de Historia do Vale do Paraíba, realizada na cidade de Quatis, RJ; em 2002, “Amiga da Biblioteca Pública D. Mariúcha” – Itatiaia-RJ; em 2002, Moção pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro, pelo vereador Ricardo Maranhão. É detentora do Diploma de Mérito Emancipacionista, pela Câmara Municipal de Itatiaia, por ter sido a única mulher emancipadora; sócia fundadora da ACIATI – Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e Turística de Itatiaia; em 2003 o Lions Clube do Distrito LC-1- em Portaria de Nomeação, o governador confere a Ca Leão Alda Bernardes de Faria e Silva para exercer as funções de Membro do Comitê de Arte e Cultura; possui a maior honraria do Lions Clubs Internation Foundation – o título Melvin Jones Fellow, outorgado por Howard L. Patterson. Jr (Estados Unidos). Participou de Convenções Internacionais pelo Lions Clubs (Brisbane 1991 – Hong Kong 1992 – Minneapolis 1993 – Montreal 1996 – Philadelphia 1997 – Birmingham 1998). Curso de Extensão “Histórica do Vale do Paraíba – Índios, Bandeiras, Vilas e Caminhos; As Minas Gerais, os Engenhos de Açúcar, a Jornada da Independência; Café, Escravidão, Imigração” no Simpósio de História do Vale do Paraíba; Curso de Cultura Práctica de Barcelona; recebeu Certificado de Participação do XVIII Simpósio de História – O Indígena no Vale do Paraíba e Litoral Norte, realizado no período de 25 a 27 de junho de 2004, IEV/Faculdades Integradas Módulo – Caraguatatuba/SP. Mérito Amadeu Rocha pelos relevantes serviços prestados à comunidade de Itatiaia, Maio/1996; Homenagem pelo reconhecimento do trabalho em Prol do Desenvolvimento da Educação do Município de Itatiaia, Agosto/1996; Homenagem pela Câmara Municipal de Itatiaia como Mulher Destaque no Ano de 1997, Março/1998.
Homenagem prestada pelos artistas plásticos por ocasião da 1ª Santa Semanarte, em 22 de março de 2002.
Patronesse das Artes Conferida pela Organização da V Expoita, 2003; Homenagem na Câmara Municipal de Itatiaia em reconhecimento por representar o Município em Eventos Nacionais e Internacionais, em 27 de Maio de 2004; Diplomada e condecorada com o colar “CRUZ DO ALVARENGA E DOS HERÓIS ANÔNIMOS”, pelo Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba, Junho/2004; Agraciada com o Titulo de Sócia Benemérita da ACIATI, Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e Turística de Itatiaia, pelos bons serviços prestados a esta Entidade, Junho/2004; Em homenagem as suas ações permanentes em beneficio da valorização da Cultura, da História e da Conservação da Natureza na Região Turística das Agulhas Negras, conferido pelo IBAMA, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, Ministério do Meio Ambiente ao Espaço Cultural do Centro de Visitantes Wanderbilt Duarte de Barros, o nome de Alda Bernardes de Faria e Silva, por ocasião das comemorações do 67º Aniversário de Criação do Parque Nacional do Itatiaia, Junho/2004.

Recebeu homenagem pela dedicação na preservação da memória histórica da cidade de Itatiaia no dia 04 de junho de 2005 pelo Presidente da Câmara Municipal de Itatiaia – Ex.mo. Sr. Izaltino Rodolfo da Cunha em Sessão Solene Comemorativa do XVI Aniversário do Município e XIII Aniversário da Academia Itatiaiense de História.

PUBLICAÇÕES HISTÓRICAS:
– Memória Histórica de Itatiaia – ano de 1996 –
Patrocínio da Prefeitura Municipal de Itatiaia;

– Revista da Academia Itatiaiense de História – n.º 01 - 2005

11- HUMBERTO BERNARDES


Humberto Bernardes, natural de Campo Belo – hoje Itatiaia, nascido em 05/01/1923.
Fez seus estudos primário na Fazenda “Belos Prados”, com Preceptora, admissão no Ginásio D. Bosco, onde cursou o ginásio.
Após foi para São Paulo onde formou-se em Técnico Agrícola e veterinária, pela Escola Técnica da Água Branca.
Trabalhou em várias fazendas da Região em especial as de grande produção leiteira.
Ingressou na Ordem Maçônica em 03/06/1955, através da Loja Maçônica “Lealdade e Brio”, na cidade de Resende-RJ, onde ocupou diversos cargos.
Atingiu todos os Graus Maçônicos, chegando ao Grau máximo (33o) em 09/06/99.
Foi fundador da Loja Maçônica “Itatiaia”, em 15/08/88, na cidade de Itatiaia-RJ, sendo seu primeiro Vice-Presidente.
Entre os diversos cargos ocupados na Loja “Itatiaia”, destaca-se também o de representante da mesma junto ao Grande Oriente do Brasil, órgão máximo da Maçonaria Brasileira, com sede em Brasília-DF, no período de 1995 a 1999.
Foi fundador da Loja Maçônica “Grão-Mestre Fco Murilo Pinto”, com sede em Resende-RJ, em jul/2001.
Fundador do Capítulo Rosa-Cruz “Álvaro Palmeira” e da Oficina de Graus Superiores “Prof. Álvaro Palmeira”, ambos em Itatiaia-RJ.
Membro do Supremo Conclave do Rito Brasileiro, com sede no Rio de Janeiro-RJ.
Por seus serviços prestadores às Lojas “Lealdade e Brio” e “Itatiaia”, recebeu destas os Títulos de “Benemérito da Loja”, “Membro Emérito” e “Membro Remido”, alem de outros em reconhecimento , principalmente, por seus serviços de beneficência junto às sociedades resendense e itatiaiense.
Dos cinco títulos de reconhecimento que a Ordem Maçônica Brasileira confere aos seus membros por serviços prestados a Ordem e a sociedade em geral, recebeu quatro: “Benemérito da Ordem”, em 1990; “Grande Benemérito da Ordem”, em 1994; “Estrela da Distinção Maçônica”, em 1995 e “Cruz da Perfeição Maçônica”, em 1998.
Faleceu em Itatiaia aos 79 anos, dia 26/04/2002 onde foi sepultado.

12 - OSMAR AMORIM


Filho de Antonio Augusto Amorim e de Maria Geraldes Amorim, naturais de Portugal. Nasceu a 26 de março de 1917, no antigo Distrito Federal, hoje Rio de Janeiro. Cursou o Colégio Pedro II e serviu no Batalhão de Guardas em 1936. Fez o curso Prático de Farmácia e logo após o curso de Farmacêutico, recebendo em março de 1940 o Diploma de Farmacêutico, título conferido pela Faculdade Livre de Ubá do Estado de Minas Gerais. Começou em 1945 a exercer sua vida profissional na cidade de Volta Redonda vindo mais tarde para Itatiaia, então Campo Belo, onde se radicou e viveu intensamente e incansavelmente por esta terra, que se considerava filho dela.
Homem trabalhador procurava servir a sua comunidade dando-lhe toda a assistência, tanto profissionalmente como comunitariamente. Servia a todos indistintamente. Político fervoroso batalhou incansavelmente por várias benfeitorias do local. Recebeu em 30 de novembro de 1971, diploma de Honra ao Mérito do Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL). Recebeu também, Diploma de Vereador Benemérito pela realização de várias obras, que muito beneficiou o distrito, como instalação da Rede Elétrica e inauguração do Grupo Escolar do Bairro Cabral. Sócio Fundador do Lions Clube de Resende, recebe em 1971 diploma pelos Dez anos de serviços prestados a sua comunidade. Lança a pedra fundamental do Colégio Municipal Reinaldo Maia Souto. Casou-se em 1937 com Joselita Nascimento Amorim e dessa união tiveram 8 filhos, sendo 6 homens e 2 mulheres. Faleceu em 1º de junho de 1973 levando consigo um dos seus maiores sonhos, ver Itatiaia emancipado. Seu nome hoje é lembrado numa das ruas desta terra que tanto amou.

13- PEDRO DE SOUZA RANGEL

Pedro de Souza Rangel nasceu em domicílio, em Itatiaia no dia 29 de Junho de 1944. Filho de João Rangel e de Laura de Souza Rangel. Formado em Geografia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Barra do Piraí e em Direito pela Sociedade Barramansense de Ensino Superior (atual UBM). Foi Coordenador dos Festejos do CXXXVI (136º) aniversário de Criação do Curato Eclesiástico de São José do Campo Belo em 5 de abril de 1975( na época, Itatiaia – 4º Distrito de Resende). Lecionou e dirigiu o Colégio Municipal Reinaldo Maia Souto no período de 1979 a 1981. Empenhou-se na criação do pré-escolar. Reivindicou e colocou em funcionamento a 2ª fase do Ensino Fundamental Noturno e, inclusive, o Ensino Médio, sendo a primeira escola de Resende a possuí-lo que segundo ele mesmo, sua maior “aspiração”. O MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização) em Itatiaia também possibilitou o acesso ao ensino há muitos cidadãos do antigo distrito. Pelo 4º distrito de Resende – Itatiaia ocupou cadeira na Câmara Municipal de Resende no período de 1971 a 1972; e finalmente, de 1983 a 1988(vindo a falecer em 07.02.1988) no seu último mandato. No governo municipal do prefeito municipal de Almir Dumay Lima uma homenagem póstuma a ele foi prestada em seu nome: a Escola Estadual Municipalizada Pedro de Souza Rangel. Este é um retrato de uma personalidade forte, irreverente e que deu sua contribuição à história e ao ensino público Itatiaiense.

14 – João Vieira da Silva

joão Vieira da Silva, natural de Portugal, nascido em 1º de abril de 1845, filho de Pedro Vieira da Silva e D. Ana da Silva – comerciante de secos e molhados. Político foi presidente da Câmara Municipal de Resende e Prefeito de Resende e Prefeito de Resende, no período de 1º de janeiro de 1915 a 24 de janeiro de 1915.
Eleito vereador para o triênio 1907 a 1910, João Vieira da Silva, com 637 votos, sendo o mais votado. É reeleito para o período de 1910 a 1912 com 616 votos.
Em 1915 muda-se radicalmente a situação política do Estado e conseqüentemente do Município. Ascende o poder Nilo Peçanha. Daí resulta o afastamento do Prefeito Pereira Botafogo das funções de Chefe do Executivo Municipal, sucedendo-o, na forma de direito e temporariamente o Coronel João Vieira da Silva, então presidente da Câmara. Após este período vem residir em Itatiaia onde falece a 11/11/1922.

15– EDGARD BERNARDES


Edgard Bernardes: Natural de Itatiaia, nascido em 1/10/1881. Filho de José Mendes Bernardes e D. Maria Carolina Mendes Bernardes. Fazendeiro. Prefeito de Resende, período de 29/4/1922 a 6/9/1922. Casado com D. Alcina Barreto Bernardes. Falecido em 23/4/1962.

16 - Mariana Ribeiro da Rocha Leão


Mariana Ribeiro da Rocha Leão. nasceu em 16/09/1810 em Carmo de Minas, Província de Minas Gerais, filha do Comendador Francisco José Ribeiro, natural de Amarante, Portugal e de Esmeria Floriana de Mendonça.
Casou-se em primeiras núpcias com Antonio Pereira Leite, grande cafeicultor com a Fazenda “Ribeirão Raso” em Resende-RJ. Mariana viúva casa-se com Manoel da Rocha Leão, grande fazendeiro de café em sua Fazenda Cachoeira, obtém premio de Alto Apreço – Medalha de Ouro na exposição de Paris. Proprietários do casarão, onde hoje está instalada a Prefeitura Municipal de Itatiaia. Neste prédio funcionou o Colégio “São José” sob a direção do professor José Maria de Almeida, internato e externato, para meninos. A Capela de Nosso Senhor dos Passos, teve sua construção iniciada em 1886, século XIX por Mariana da Rocha Leão e concluída pelo Cel. José Mendes Bernardes e Dr. Eduardo Augusto Torres Cotrim.
A principio erguida por mãos negras do Antigo Regime Colonial Escravocrata, mais tarde concluída por alforriados negros e pedreiros devotos de Nosso Senhor dos Passos.
Hoje existe a Praça Mariana Rocha Leão em frente à Igreja Matriz de S. José e a Prefeitura.

Fazenda Itatiaya - Alda Bernardes de Faria e Silva

Fazenda Itatiaia

A Fazenda Itatiaia no século XIX abrangia cerca de 1.000 alqueires geométricos, ou seja, algo mais de 4.800 hectares. Foi uma das maiores produtoras de café da região inicialmente denominada Fazenda Cachoeira, de propriedade de Antonio Fernandes da Rocha Leão. Em 1874, o próspero fazendeiro Manoel da Rocha Leão na época, um dos mais operosos lavradores locais, em sua propriedade “Cachoeira” (hoje, Itatiaia – dos Centros Pastoris), em Nhangapi, adquiriu na Inglaterra, sete milhas de trilhos para a projetada via férrea que teria de percorrer suas lavouras. Ao término de 1874, a intensidade do tráfego da ferrovia D.Pedro II, exigia uma estação intermediária. Cogitou-se estabelecer uma estação na altura da Fazenda Itatiaia, do comendador Rocha Leão, quando então o fazendeiro ofereceu o precioso terreno para a estação e dependências da fazenda para a construção da Estação da ferrovia D.Pedro II(Central do Brasil – Itatiaia). Em maio de 1875, inaugurou-se a estação de Nhangapi, servindo a freguesia de Sant’Ana dos Tocos, ao tempo grande produtor, em larga escala, de café, cereais e fumo. Na Exposição Regional de dois de dezembro de 1885. Destacando-se o café tipo “Moca”, da Fazenda “Itatiaia”, de Rocha Leão, da Freguesia de Campo Belo.Em 1890, o Conselheiro Rocha Leão faz doação ao Estado, sob condição de sua conservação, da ponte de madeira, sobre o Paraíba, ligando sua Fazenda “Itatiaia” ao distrito de Sant’Ana dos Tocos. O governo estadual aceitou, sujeitando-se à condicional fixada, aliás, não a cumprindo. A ponte arruinou-se e afinal desabou. Daí a interrupção de comunicações entre as duas localidades. Nesta época organizou-se no Rio, a Companhia “Centros Pastoris do Brasil”, para empreender explorações agro-pecuárias no Estado do Rio e em particular, no município de Resende e sediada no imóvel rural “Itatiaia”, sendo um dos incorporadores o Conselheiro Rocha Leão.
Em 1905, a Fazenda Itatiaia exporta para o Rio de Janeiro 10 mil litros de leite. Em seu perímetro territorial viviam e trabalhavam 200 homens, colhendo sete mil arrobas de café, muito milho e outros cereais. Na época, seu administrador era Nilo Gomes Jardim e como presidente da Companhia o Dr. Sebastião Lacerda. Fora considerada uma das mais movimentadas fazendas do Município.Na fazenda Itatiaia da Companhia Centros Pastoris do Brasil, no distrito de Itatiaia são instalados aparelhos para esterilização do leite. Em 1906, veraneava na Fazenda Itatiaia o general Hermes da Fonseca. Em 1909 morre em Sapucaia, neste Estado, o Conselheiro Antonio Fernandes da Rocha Leão, nosso conterrâneo, pertencente à prestigiosa e antiga família local. Foi figura de relevo no cenário político do município de Resende e da Província do Rio, cujos destinos orientou, quando vice-presidente presidente presidiu a municipalidade local e a Campo Belo de cuja freguesia era natural, prestou serviços de alta expressão pública. Agricultor dos mais adiantados fez do seu estabelecimento rural, a conhecida fazenda Itatiaia, na localidade de Nhangapi, modelar na espécie.Além de grande produtora de café e de melhor espécie, tanto que esse produto na Exposição Internacional de Paris, logrou o mais alto galardão, medalha de ouro, a Itatiaia, teve renome como produtora de frutas européias e, em particular, notada por seus extensos vinhedos, plantados em estaca a modo europeu. Foi desse feitio o conterrâneo morto, espírito de invulgar dinamismo e ação proveitosa e útil à causa pública, tendo prestado a Resende serviços de inestimáveis e incontáveis merecimentos. Em 1911 a produção diária de leite era de 2.400 litros. Em 1932, inaugurava-se a Capela de São Benedito, construída em frente à Estação Itatiaia, a esforços de Prescilliano de Oliveira Lima, servindo o povoado da Estação Itatiaia, da Ferrovia Central do Brasil. Em 1951 a sede foi adquirida por Abílio de Souza que venderia grande parte para a Companhia Hidrelétrica do Vale do Paraíba (CHEVAP). A sede da Fazenda Itatiaia foi toda demolida, já que é área de fundação da Barragem de Nhangapi, integrante do complexo da Hidrelétrica do Funil. Em parte da fazenda, no extremo oeste da Barragem de Nhangapi, hoje estão estabelecidas as Indústrias Nucleares do Brasil (INB).
Alda Bernardes de Faria e Silva
Presidente
acadêmica – cadeira n.º 04 – Cel. José Mendes Bernardes

Biografia de D. Mariana Ribeir da Rocha Leão

Mariana Ribeiro da Rocha Leão


Mariana Ribeiro da Rocha Leão. nasceu em 16/09/1810 em Carmo de Minas, Província de Minas Gerais, filha do Comendador Francisco José Ribeiro, natural de Amarante, Portugal e de Esmeria Floriana de Mendonça.
Casou-se em primeiras núpcias com Antonio Pereira Leite, grande cafeicultor com a Fazenda “Ribeirão Raso” em Resende-RJ. Mariana viúva casa-se com Manoel da Rocha Leão, grande fazendeiro de café em sua Fazenda Cachoeira, obtém premio de Alto Apreço – Medalha de Ouro na exposição de Paris. Proprietários do casarão, onde hoje está instalada a Prefeitura Municipal de Itatiaia. Neste prédio funcionou o Colégio “São José” sob a direção do professor José Maria de Almeida, internato e externato, para meninos. A Capela de Nosso Senhor dos Passos, teve sua construção iniciada em 1886, século XIX por Mariana da Rocha Leão e concluída pelo Cel. José Mendes Bernardes e Dr. Eduardo Augusto Torres Cotrim.
A principio erguida por mãos negras do Antigo Regime Colonial Escravocrata, mais tarde concluída por alforriados negros e pedreiros devotos de Nosso Senhor dos Passos.
Hoje existe a Praça Mariana Rocha Leão em frente à Igreja Matriz de S. José e a Prefeitura.

Histórico da Matriz de São José - Alda Bernardes de Faria e Silva

Em 05-IV-1839 a Lei Provincial instituiu o Curato Eclesiástico de São José do Campo Belo. Dona Silvéria Soares Lucinda, proprietária de um dos maiores latifúndios da região. Em 1839 doou grande área de terreno em um recanto de sua fazenda para ali se levantasse uma capela sob a invocação de São José, padroeiro de sua família.
O Padre Francisco de Oliveira e Silva, conseguiu fundar a Irmandade de São José em 23-VIII-1844, mas emocionado com a empolgante beleza da extensa planície que se desdobra ao sopé do outeiro da capela, às encostas da Cordilheira do Itatiaia, lembrou e foi aceito por uma unanimidade que a Irmandade deveria chamar-se IRMANDADE DE SÃO JOSÉ DO CAMPO BELO.
Pela Lei Provincial de 9-V-1844 o Curato foi elevado à categoria de freguesia e assim se transformou em Capela Curato Igreja Matriz.
A Matriz foi construída em 1848 e a freguesia prosperava sob a riqueza de seus vastos cafezais que produziam em abundância.
O governo da Província, pela Portaria de 30 de setembro de 1864, cientifica à Municipalidade, que S.M. O Imperador, houve por bem concordar com a investidura do Padre Joaquim Thomaz de Aquino, no alto ministério de dirigir, como vigário, a paróquia de S. José do Campo Belo. Ao assumir esse encargo, o padre encontrou em ruínas a Matriz da freguesia. Reclamou providências ao Imperador. Insistiu no pedido. Afinal o Governo Provincial mandou demolir o templo vendendo, em haste pública o material aproveitável. O vigário alugou, para o culto divino, um prédio, por 50$000, mensais, pagos à sua expensa. Demorada a reconstrução da igreja, o padre Aquino, veio à imprensa, verberando o descaso oficial. O bispo tentou arrefecer a intrepidez de seu subordinado hierárquico, na peleja em que se empenhara. O padre resistiu aos panos quentes do diocesano e prosseguiu nas reclamações. A matriz foi reconstruída, graças à ação tenaz do vigário, no ano seguinte.

Histórico da Fanfarra do C. M. Reinaldo Maia Souto - Jorge Côrrea

HISTÓRICO DA FANFARRA DO C.M.REINALDO MAIA SOUTO

A Fanfarra iniciou suas atividades em 1980 sob a condução de Jorge Luiz Corrêa, na Escola Estadual Ezequiel Freire, contando com 32 instrumentos e o apoio da diretora Prof. Therezinha Barão.
Em 1981, a convite do falecido Prof. Pedro de Souza Rangel, diretor do Colégio Municipal Reinaldo Maia Souto, a Fanfarra passou a atuar neste colégio com um total de 42 instrumentos fornecidos pela Prefeitura de Resende.
Naquele mesmo ano uniram-se os dois colégios e formaram a Fanfarra de Itatiaia que desfilou no dia 7 de setembro, composta por 74 instrumentos.
Em 1982, a união foi desfeita, passando a Fanfarra a atuar somente através do Colégio Municipal, com grandes dificuldades de funcionar por falta de instrumentos. Fabricando e improvisando alguns instrumentos como o tarol e o surdo utilizando latões, tomando emprestado de grupos carnavalescos e de outros colégios, sendo possível chegar a 88 instrumentos e desfilar com brilhantismo no dia 7 de setembro, fazendo acreditar que a nossa cidade já poderia oficializar a sua Fanfarra.
Apesar das deficiências, a empolgação era muito grande e fez com que se participasse do concurso realizado durante as comemorações do 181º aniversário de Resende, obtendo o 1º lugar na categoria de fanfarra simples, contribuindo ainda para o brilho do desfile realizado nas solenidades do dia 29 de setembro de 1982.
Em 1983 continuava a mesma deficiência instrumental, mas, mesmo assim, participamos do desfile cívico de 7 de setembro, do desfile de 29 de setembro e repetimos o feito anterior ao obtermos o 1º lugar no concurso ocorrido durante as comemorações do 182º Aniversário de Resende.
Em 1984, com o apoio da Prof. Lílian Pereira Flores, diretora do Colégio Municipal e da Prefeitura de Resende, consegue adquirir mais alguns instrumentos e, com esse reforço, foi possível a Fanfarra participar de vários eventos com:

Concurso de Bandas e Fanfarras de Resende, categoria simples, obtendo o 1º lugar;
I Concurso de Bandas e Fanfarras de Valença, categoria simples, tirando o 4º lugar;
Festival de Fanfarras Escolares de Volta Redonda, categoria simples, saindo em 4º lugar;
Participando em solenidades do Grêmio Literário de Resende;
Festa de São José, em Itatiaia;
Festa de São Benedito, em Engenheiro Passos;
Desfile Cívico de 7 de Setembro;
Desfile Cívico de 29 de setembro, no aniversário de Resende.

Em 1985, foi criada a Fanfarra com Pisto, tendo como 1º instrutor Jorge Luiz Corrêa e 2º instrutor Ricardo Luiz Corr6ea. Ainda assim, faltavam instrumentos de sopro e o uniforme era uma adaptação daquele doado pela Academia Militar das Agulhas Negras. Entretanto, foi possível participar dos seguintes eventos:

Concurso de Bandas e Fanfarras de Resende, categoria fanfarra com 1 pisto. Obtivemos o 3º lugar;
II Concurso de Bandas e Fanfarras do Royal Supermercados, categoria fanfarra com 1 pisto. Tirando 3º lugar;
Desfile Cívico de 7 de setembro;
Desfile Cívico de 29 de setembro, no aniversário de Resende;

Em 1986 ainda continuávamos dificuldades por falta de instrumentos e de uniformes. Mais uma vez participamos de concursos de fanfarras de 1 pisto e de outros eventos como:

Concurso de Bandas e Fanfarras de Resende, obtendo o 3º lugar;
III Concurso de Bandas e Fanfarras Barra do Piraí, com o 4º lugar;
IX Concurso de Bandas e Fanfarras de Caieiras – SP, tirando o 4º lugar. Cabe notar que a nossa Fanfarra concorria com as maiores expressões nacionais, sendo algumas de renome internacional;
Desfile Cívico de 7 de setembro;
Desfile Cívico de 29 de setembro, no aniversário de Resende;
Festa da Comunidade do Bairro do Campo Alegre;
Festa de São José, em Itatiaia.

Em 1987, infelizmente, ocorria maior agravamento das dificuldades que quase impedia a Fanfarra de atuar. Foi às custas de grande esforço que ainda participamos de concursos e eventos como:

Concurso de Bandas e Fanfarras de Resende, obtendo o 3º lugar;

Concurso de Bandas e Fanfarras de Barra do Piraí, com o 5º lugar;

Desfile Cívico de 7 de Setembro;

Desfile Cívico de 29 de Setembro, no aniversário de Resende.

Em 1989, a nossa única apresentação, feita no desfile cívico de 7 de setembro, só foi possível graças ao empréstimo de instrumentos feito pelo Colégio Municipal Getúlio Vargas, de Resende.
Para atuar em 1990 dependemos unicamente da ação que vem desenvolvendo a Secretaria de Educação e Cultura, no sentido de operar uma completa reestruturação da Fanfarra. A deficiência de instrumentos e de uniformes é de tal ordem que impede qualquer iniciativa de reativar a Fanfarra, dentro dos seus padrões atuais. Por outro lado, podemos afirmar com segurança que não nos falta boa vontade, entusiasmo e pessoal para retornar aos ensaios e garantir nossa presença brilhante e a nossa efetiva participação em favor do aprimoramento da cultura em nossa terra, conforme expressam os objetivos da Fanfarra:

Estimular o interesse e o gosto pela música;
Contribuir com a ligação entre a escola e o aluno;
Colaborar com a formação social, moral e a cívica da juventude;
Fortalecer o espírito de responsabilidade e o respeito ao indivíduo e à coletividade;
Desenvolver e aperfeiçoar as técnicas musicais do indivíduo e do conjunto.

FAMUI

Fanfarra Municipal de Itatiaia foi fundada em outubro de 1990, com o objetivo de despertar o espírito musical entre os jovens, aprimorar o culto do civismo, aprimorar o congraçamento de seus integrantes através da competição sadia. Hoje, a FAMUI deu vez a BAMUTI – Banda Municipal de Tambores de Itatiaia.

Jorge Luiz Corrêa